Com a expansão geográfica do vírus oropouche no Brasil, o ano de 2024 já acumula 7.236 casos da infecção em 20 Estados do País. Em comparação com 2023, o aumento foi expressivo, já que, naquele ano, foram confirmados 832 casos da doença, em 5 Estados.
O vetor do vírus, antes restrito aos pequenos vilarejos da Amazônia, tem se alastrado e chegado às grandes cidades do País. A transmissão da febre oropouche é feita principalmente pelo inseto conhecido popularmente como maruim (Culicoides paraensis).
Até o momento, Pernambuco desponta na lista dos 10 Estados com o maior número de casos. Ele é o 8º com mais confirmações da infecção: 87. Além disso, Pernambuco se sobressai na rota de alerta epidemiológico porque registra dois casos de óbitos fetais infectados pelo vírus.
Preocupada, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um alerta, no último dia 18, para informar aos países sobre a transmissão vertical (mãe para o bebê) e solicitar uma maior vigilância.
Até o momento, o Brasil é o único país a relatar possíveis casos de transmissão de oropouche de mãe para feto durante a gravidez. A única observação semelhante anterior foi durante um surto da doença em Manaus, entre 1980 e 1981, onde o vírus foi detectado em nove mulheres grávidas e dois abortos.
Como a febre oropouche se manifesta?
Os sintomas incluem início súbito de febre, dor de cabeça, rigidez nas articulações, dores no corpo e, em alguns casos, fotofobia, diplopia (visão dupla), náusea e vômitos persistentes.
Essas manifestações podem durar de cinco a sete dias. Raramente, casos graves podem incluir meningite. A recuperação completa pode levar várias semanas.
Existe tratamento para oropouche?
Atualmente, não existe um tratamento específico para oropouche. A avaliação por um profissional de saúde é fundamental para cuidar dos sintomas e evitar a evolução da doença.
Como oropouche tem manifestações clínicas semelhantes às da dengue e de outros arbovírus, é importante que os profissionais de saúde reforçarem a atenção neste momento.
Como prevenir oropouche?
Medidas recomendadas incluem proteger as casas com redes de malha fina nas portas e janelas, bem como em camas e móveis onde as pessoas descansam; usar roupas que cubram pernas e braços; aplicar repelentes com DEET, IR3535 ou icaridina.
Como os maruins são muito menores que os mosquitos, as redes tradicionais para mosquitos não protegem as picadas.
Casos no Brasil
A partir do número de casos por Estado, veja abaixo a expansão geográfica do vírus oropouche:
AM: 3.224
RO: 1.709
BA: 830
ES: 412
AC: 265
RR: 236
SC: 155
PE: 86
MG: 83
PA: 74
RJ: 62
CE: 39
PI: 27
MT: 17
AP: 7
MA: 3
PR: 3
TO: 2
MS: 1
PB: 1