Maria Elena denuncia mau atendimento em posto de saúde e manda secretária sair do gabinete para conferir funcionamento das unidades

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(Foto: Nilzete Britto/Ascom CMP/Divulgação)

Ao fazer o uso da tribuna na sessão desta terça-feira (16), a vereadora Maria Elena apontou falhas na condução de algumas ações chefiadas pela Secretaria Municipal de Saúde. A parlamentar inclusive presenciou a recusa de atendimento a um idoso que foi ao posto de saúde da Areia Branca. Ele foi ao local depois de assistir a uma entrevista onde um membro da pasta afirmou ser possível receber a terceira dose da vacina contra a covid 19 na unidade do bairro onde reside. 

“O pessoal vai na televisão dizer que pode procurar os postos de saúde, O coitado de 73 anos sai lá dos comombó de Judas, longe, vem e quando chega dizem que não é assim, que a secretaria não informou nada”, lamentou. 

De acordo com a vereadora, alertas já foram feitos sobre essa situação, porém, não foram levados em consideração. ” (…) Na verdade, a Dra. Magnilde, eu sei que a senhora preserva muito a sua equipe, mas não ouve o que os vereadores dizem. Vereador nenhum chega lá para perseguir diretora, superintendente ou coordenadora. A senhora tem que aprender a ouvir também o contraditório, tem que sair daí e ir ao posto de saúde ou mandar uma pessoa sua de confiança fazer uma abordagem”, aconselhou. 

Apesar do discurso contundente, Elena negou estar afrontando a gestão, entretanto, cobrou respeito às demandas apresentadas pelos vereadores. Eu estou fazendo uma observação para que cada vez mais a equipe se alinhe. Estou cansada de chegar num secretário, que liga para um diretor que diz outra coisa e fica o dito pelo não dito. Pois comigo não será assim não. Esta vereadora não mente, inclusive tenho um cuidado terrível com essa história da comunicação, para você não aumentar, nem diminuir. (…) E às vezes secretário tem mania de não ouvir, principalmente vereador. Respeitem a gente. Nós sempre ralamos, estamos nas comunidades ouvindo as pessoas. Não temos o interesse de chegar para o prefeito para entregar ninguém não, eu detesto fogo amigo”. 

Além do caso do idoso, a vereadora também relatou a situação de jovem que precisava tomar a vacina contra a febre amarela porque ia viajar e também não obteve sucesso. “Ela [a profissional de saúde] afirmou que não ia abrir o frasquinho da vacina porque haveria desperdício. Estava certa. A menina conseguiu cinco pessoas, que é exatamente o número de doses que continha no frasco e a atendente disse que não vacinaria porque estava próximo ao horário dela ir embora”, relembrou. 

“Eu resolvi trazer isso a público porque estamos cansados de chegar em secretaria e dizer uma coisa porque secretária tem sim que reunir equipe, tem que deixar sua banca e ver como está o posto de saúde do Dom Avelar, do N09, e eu estou cansada porque não estou vendo isso”. 

Alguns vereadores elogiaram a postura de Maria Elena, contribuindo com informações acerca de denúncias recebidas nas visitas às comunidades. Mas também houve a defesa da condução da Secretaria Municipal de Saúde. 

Em seu discurso, o vereador Capitão Alencar relatou ter ído a AME da Areia Branca, onde recebeu denúncias relativas ao seu funcionamento, porém, diferente de Maria Elena, obteve respostas para as suas demandas.  “Disseram que alguns técnicos de enfermagem estão desempenhando o serviço de enfermeiro. Então eu pedi que a secretária verificasse, me pediram nomes mas eu falei que não poderia dizer porque me pediram sigilo. (… ) Isso eu passei para a secretária Magnilde, então muitas vezes esse problemas não estão chegando e ela não está podendo resolver a situação. Mas todas as vezes que os meus pedidos e as minhas demandas e reclamações chegaram a Magnilde, Marlene, Carol ou Larissa, digo a todos os senhores vereadores, eu obtive resposta”. 

Em resposta, a parlamentar fez questão de reforçar não ter pedido a “cabeça” da secretária de saúde, nem das suas executivas, com quem despacha regularmente. Entretanto, não fecha os olhos para os defeitos da gestão da pasta. “Magnilde tem sim esse pecado, endeusa, não procura saber se as meninas estão crescendo ou não. Está fazendo um bom trabalho ali? Pode dar mais. Quando eu vim falar isso aqui, eu passei para ela ou para o diretor dela, ou para outra pessoa. Aí fica com essa conversinha”.