Apesar dos indícios apontarem para uma aliança entre o PT e o PSB, a deputada Marília Arraes assegurou, em entrevista ao Nossa Voz desta sexta-feira (10) que mantém de pé a pré-candidatura ao governo de Pernambuco. A afirmação este ano foi feita de forma ponderada e já vislumbrando os reflexos da união dos partidos na composição da majoritária no estado.
“Mantenho a candidatura sempre, mas ressaltando que a nossa prioridade é a derrota de Bolsonaro, é a gente conseguir aglutinar uma frente em torno do presidente Lula, para derrotar Bolsonaro. E aqui em Pernambuco eu acho que muita coisa vai acontecer ainda. Essa aliança nacional do PT com o PSB ainda tem muito para se conversar e aqui em Pernambuco a oposição também precisa se entender”, ponderou.
Marília voltou a apostar inclusive, que o próximo governador sairá do palanque de Lula e por isso, as tratativas podem envolver outras legendas. “Eu não vejo viabilidade aqui em Pernambuco, onde o presidente Lula durante a campanha deve sair com mais de 70% de intenções de voto, de uma candidatura ao governo sem estar no palanque dele. Então, a oposição também não se entende, está super pulverizada e não acho que esta seja uma boa estratégia para a gente disputar o governo do estado. Acho que é preciso mais diálogo, mais visão estratégica de todo o cenário”.
A deputada também relembra a tentativa frustrada de candidatar-se a governadora pelo PT em 2018, quando a executiva nacional abriu mão da cabeça de chapa pela neutralidade do PSB na disputa pela presidência da república e afirma ter amadurecido no exercício da atividade parlamentar. “A gente continua aqui nesta luta, não é fácil, vocês sabem que 2018 foi uma etapa. Estou em Brasília, também com a maturidade que a gente ganha quando as coisas não acontecem do jeito que a gente quer. É muito grande e vale muito a pena a gente passar com resiliência sobre essas situações. Esses quase quatro anos em Brasília estão sendo importantíssimos para mim. Hoje estou na mesa diretora da Câmara, de 513 deputados, são seis que estão na mesa, pouquíssimas mulheres passaram por esses espaços”, avaliou.
“É necessário neste momento que o Brasil está vivendo. Não tem como a gente ir contra uma estratégia que vai favorecer a campanha do presidente Lula”.
Questionada sobre a possibilidade de disputar ao Senado, Marília afirmou ser cedo para anunciar um plano B. “É muito remota essa possibilidade, o que eu me coloco hoje é como pré-candidata do governo e aí os próximos passos a gente vai decidir com o presidente Lula. O que eu digo é que estou muito feliz exercendo minha função de deputada federal e o que a gente quer, o que o povo de Pernambuco quer, em uma parcela significativa, é que a gente vá para a disputa ao governo do estado e sabe que eu não desisto”.