No último dia 10 de junho, o governador Paulo Câmara fez um pronunciamento oficial, comunicando a decisão de enviar as vacinas da Janssen para algumas cidades do Agreste e Sertão que apresentam atualmente altos índices de contaminação pela covid 19. A medida contou com a compreensão dos gestores das demais regiões do Estado, entretanto, criou-se a expectativa no reforço do envio de doses da AstraZeneca e Pfizer que não foi atendida, segundo o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho.
Em entrevista ao Nossa Voz, Miguel ainda criticou o tratamento dado à Prefeitura do Recife, que altera os cronogramas de vacinação impostos pelo Governo do Estado. “Essas críticas em relação à política de vacinação do Estado, eu já tenho feito diversas. O Estado não consegue fazer uma política de vacinação que ele mesmo siga, até porque quem mais descumpre o calendário de vacinação do Estado é a Prefeitura do Recife, que é o principal aliado do governo, então isso mostra uma falta de liderança, uma falta de pulso do Governo do Estado. Sem fazer crítica pessoal, mas enquanto prefeito, nós temos 184 prefeitos em Pernambuco e precisamos ter o mesmo tratamento”.
Miguel considerou o Ceará uma vitrine de imunização no Nordeste sugerindo até como modelo de organização a ser seguido. “O Ceará distribuiu a Janssen para todos os municípios e está conseguindo fazer uma vacinação mais efetiva que Pernambuco. Então, acho que precisamos nos espelhar nos exemplos que deram certo, não só no Brasil mas em outros países. Até porque quanto mais vacinas tivermos melhor”.
O prefeito de Petrolina deixou claro que não foi contra os critérios de distribuição do imunizante de dose única, entretanto aguardou o reforço prometido das demais vacinas usadas no combate a Covid 19. “Disseram que as da Janssen vão para os pontos que estão mais críticos. Ótimo, vamos ajudar todos os municípios que pudermos ajudar, mas fizeram o compromisso de aumentar as remessas das Astrazenecas ou da Pfizer para compensar o envio das Janssen, mas isso não acontece até agora. Então, sempre fica aquele limbo de dúvida, questionamento e sempre fica a suspeita. Isso eu sempre tenho colocado, numa campanha tão importante de vacinação, no caso da pandemia, não pode ter disputa, não pode ter suspeita, não pode ter política. Tem que ter teoria, objetividade e pragmatismo que infelizmente o Estado não consegue dar”.