Por ocasião do lançamento do programa Mais Ciência na Escola, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos (PCdoB), também comentou, durante entrevista à Rádio Grande Rio, temas políticos que têm movimentado o cenário nacional e internacional. Presidente nacional do PCdoB, a ministra foi questionada sobre o atual momento de polarização política, a relação com os Estados Unidos e as expectativas para o processo eleitoral de 2026, com destaque para a Frente Popular de Pernambuco e a possível candidatura de João Campos (PSB) ao governo do estado.
Ao ser provocada sobre as recentes declarações do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que mencionou diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro e fez críticas à condução do governo brasileiro, a ministra reagiu com firmeza:
“Nós estamos virando essa página, fazendo uma agenda de reconstrução. Atravessamos quatro anos da liderança da extrema-direita no Brasil, que incentivou todos os mecanismos da pior política: o ódio, a intolerância, a mentira como ferramenta de ação. Agora, temos crescimento econômico, geração de empregos e uma nova indústria. Essa tentativa de Trump de querer interferir nos interesses brasileiros não é nova. É uma política velha. E o Brasil não aceita esse tipo de interferência.”
Luciana foi ainda mais incisiva ao comentar a postura do deputado Eduardo Bolsonaro e aliados da extrema-direita:
“Infelizmente, a gente tem uma extrema-direita subserviente aos interesses norte-americanos. É uma vergonha o que Eduardo Bolsonaro está fazendo. Se transfere, vai para os Estados Unidos e ainda veste a camisa verde e amarela. Mas o chapéu que eles usam é o dos EUA, não o do Brasil. São falsos patriotas, entreguistas, venderam o principal patrimônio do povo brasileiro quando puderam. Agora, nós estamos resgatando a verdadeira soberania nacional.”
Sobre a recente manifestação em São Paulo, impulsionada pelas críticas à taxação dos super-ricos, a ministra associou o episódio à necessidade de justiça tributária e reafirmou a resposta do governo:
“Ninguém pode ameaçar o Brasil. Somos o país da paz e da diplomacia, mas se quiser guerra, nós vamos responder à altura. O Brasil não vai se submeter a ameaças. Essa guerra tributária, fiscal, será enfrentada com unidade. O presidente Lula está respondendo à altura, o Congresso está unido, os grandes veículos de comunicação e o mercado também. O Trump conseguiu unir o Brasil – até com setores da direita.”
Panorama político para 2026 e apoio a João Campos
Na segunda parte da entrevista, Luciana Santos comentou sobre o cenário eleitoral em Pernambuco e confirmou a permanência do PCdoB na Frente Popular. Ela também fez elogios ao prefeito do Recife, João Campos, cotado para disputar o Governo do Estado nas próximas eleições:
“Nós temos, sem dúvida nenhuma, a principal experiência de uma capital governada pela Frente Popular. João Campos se afirma como uma grande liderança, inclusive nacional. Agora, assumiu a presidência nacional do PSB. Eu tenho uma expectativa muito positiva em 2026. Mais uma vez, vamos ganhar a eleição no Brasil com o presidente Lula e aqui em Pernambuco, com uma composição ampla.”
A ministra também valorizou a atuação do vice-prefeito do Recife, Victor Marques (PCdoB), que atualmente acumula a função de secretário de infraestrutura da capital:
“Victor é um jovem do Sertão que foi para Recife e cumpre um papel exemplar. Não é à toa que foi escolhido por João Campos para ser seu vice. É alguém que conhece a realidade do interior e agora está fazendo acontecer as intervenções que o povo mais precisa. Isso reforça o compromisso da Frente Popular com a inclusão, o desenvolvimento e o protagonismo das juventudes.”
Finalizando a fala com otimismo, Luciana reforçou a coerência do PCdoB na trajetória política ao lado das forças progressistas:
“Nós temos uma história de coerência. Sempre estivemos do mesmo lado, do lado certo da luta política. Eu sou muito otimista. O ambiente político é promissor. Estamos reconstruindo o país com coragem, com justiça social e com soberania. E o PCdoB vai continuar firme nesse projeto.”