O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Juazeiro, na Bahia, nesta quinta-feira (17), em mais uma agenda do Governo Federal voltada à ampliação da rede pública de saúde no país. Ao lado do prefeito da cidade, Andrei Gonçalves, do governador Jerônimo Rodrigues e de ministros como Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Saúde) e Camilo Santana (Educação), Lula apresentou avanços significativos para o município e região, dentro do programa PAC Saúde – Mais Especialistas.
A comitiva presidencial iniciou a programação com uma visita à Policlínica Regional, onde ocorre a feira “Saúde Mais Perto”, com atendimentos gratuitos em diversas especialidades. Em seguida, na Orla II da cidade, foi realizado o anúncio oficial de uma série de ações integradas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) voltadas para o fortalecimento da atenção básica e da capacidade de atendimento especializado do Sistema Único de Saúde (SUS).
Entre os investimentos confirmados para Juazeiro estão a construção de uma nova Unidade Básica de Saúde (UBS), a renovação da frota com três ambulâncias do SAMU, um kit completo de telemedicina e dez combos de materiais para qualificação das UBS já existentes. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, Juazeiro será contemplada ainda com equipamentos que vão permitir a realização de exames como ultrassonografia e avaliação oftalmológica diretamente nas unidades básicas. O cronograma dessas entregas não foi detalhado.
Padilha, único a falar com a imprensa após o evento, destacou três grandes eixos da nova fase do PAC na saúde: a sanção integral da lei que obriga o SUS a garantir cirurgia plástica reparadora para mulheres com mutilações mamárias, independentemente da causa; a ampliação do programa “Agora Tem Especialistas”, com funcionamento em terceiro turno das policlínicas para consultas e cirurgias eletivas; e a finalização da seleção de municípios contemplados com novas obras e equipamentos pelo PAC 2025, beneficiando 90% das cidades brasileiras.
“O presidente Lula sancionou, sem vetos, uma lei que garante cirurgia plástica para mulheres que passaram por mutilações, seja por câncer, violência ou outras doenças. Isso era uma demanda antiga e agora virou um direito. Além disso, com o programa ‘Agora Tem Especialistas’, vamos aumentar em até 30% o volume de cirurgias e exames especializados. Aqui na Bahia, algumas policlínicas passarão a funcionar até as 22h, inclusive nos fins de semana”, explicou o ministro.
Alexandre Padilha explicou que o Agora Tem Especialistas também está mobilizando o setor privado como parte da estratégia de ampliação da oferta de procedimentos no SUS. Segundo ele, o Ministério da Saúde está negociando com hospitais particulares e filantrópicos que possuem dívidas com a União para que esses estabelecimentos possam quitar parte desses débitos oferecendo serviços especializados à população. “Eles podem trocar essa dívida por cirurgias oftalmológicas, ortopédicas, exames de imagem como tomografias e ressonâncias, e consultas especializadas, abrindo suas portas para atender pacientes do SUS”, afirmou Padilha, destacando que essa iniciativa ocorrerá de forma coordenada em 12 estados simultaneamente.
Ele também ressaltou a importância das parcerias com o setor privado e com universidades, onde revelou o planejamento para a abertura de novos programas de residência médica e bolsas para médicos especialistas que desejam aprimorar técnicas cirúrgicas, como parte da estratégia de formação acelerada de profissionais para o SUS.
Ao responder questionamentos da imprensa, Padilha fez duras críticas ao governo anterior, acusando a gestão Bolsonaro de negligenciar a saúde pública. Segundo ele, nenhum recurso federal adicional foi destinado à Bahia durante a pandemia, mesmo com a abertura de novos hospitais e UTIs pelo governo estadual. “Quando Lula voltou, essa realidade começou a mudar. Agora, são quase R$ 100 milhões por ano incorporados de forma permanente ao Fundo Estadual de Saúde da Bahia para fortalecer as policlínicas. Isso nunca mais será retirado”, afirmou.
Outro ponto abordado foi a ampliação da cobertura do SAMU no estado, que com os recursos do PAC Seleções passará a atender 100% do território baiano, inclusive em regiões antes desassistidas, como a Chapada Diamantina.
Questionado sobre a situação da infraestrutura das UBS em todo o país, após a divulgação do novo censo da atenção primária, Padilha reconheceu que cerca de 60% das unidades precisam de reforma, especialmente no Nordeste. Ele prometeu, para 2026, o lançamento de um novo programa nacional de reestruturação física das UBS e informou que o Ministério da Saúde já articula com o Congresso o uso de emendas parlamentares para reforçar essas ações.
O ministro também fez um apelo público à vacinação infantil, rebatendo discursos negacionistas e destacando o aumento na cobertura vacinal em 2025. “Vacinar é salvar vidas. Eu vacinei minha filha. O presidente Lula está vacinado. Não negue ao seu filho o direito que seus pais não negaram a você”, afirmou, em tom emocionado.
Ao final, Padilha ainda destacou o protagonismo do Brasil em debates globais sobre saúde pública. Segundo ele, o país liderou discussões recentes na Organização Mundial da Saúde sobre o novo Acordo Pandêmico, enfrentando a resistência do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. “Fomos firmes na defesa da vida, da ciência, da vacinação e da proteção aos trabalhadores da saúde. Essa é a marca do governo Lula”, concluiu.
