A Rua 12, no bairro Jardim São Paulo, virou cenário de abandono, medo e insegurança. O que antes era uma quadra poliesportiva destinada ao lazer e à prática esportiva, hoje é apontada pelos moradores como ponto de uso de drogas. A comunidade denuncia que o espaço se transformou em uma cracolândia a céu aberto, colocando em risco a vida de crianças, moradores e profissionais da educação.
Renato Cruz, novo presidente da Associação de Moradores, relata que a situação é crítica e se arrasta há anos. “O bairro está abandonado desde 2019, sem liderança, e a violência aumentou. A quadra fica atrás da escola e da creche. Os usuários invadiram o local e já houve relatos de ameaças e tentativas de agressão contra crianças. A diretora da creche contou que os usuários sobem no muro, pedem água, comida, e ameaçam pular para invadir caso não sejam atendidos”, afirmou Renato, cobrando urgência das autoridades.
A insegurança se agravou, segundo a população, após a implantação de um abrigo para pessoas em situação de rua na Rua 14, nas proximidades do CEMEI Simão Dourado. Elisângela Maria, moradora, relatou episódios de invasão e violência. “Eles não ficam no abrigo. Muitos dormem nas calçadas, usam drogas nas portas das casas e invadiram até o CEMEI no fim de maio. Foi necessário registrar boletim de ocorrência. Estamos com medo”, contou.
Outro ponto de revolta da comunidade é o fechamento da Unidade Básica de Saúde, o que obriga os moradores a buscar atendimento no bairro vizinho, o Cacheado. Lindinalva, agente comunitária de saúde, destaca que o Jardim São Paulo e áreas adjacentes estão se tornando redutos de insegurança e abandono. “A quadra virou refúgio de marginais, o bairro está cheio de buracos, sem acesso adequado por causa da Perimetral e da BR 407. Vivemos como se estivéssemos dentro de um barco à deriva”, desabafou.
Iran, morador há mais de 30 anos, reforça o clima de tensão. “Nunca vi o bairro assim. Antes, não tinha roubo. Agora, temos furtos frequentes. Bicicletas, peças de caminhão… tudo some. A comunidade vive trancada, com medo até de sentar na calçada.”
Além da insegurança, os moradores apontam o abandono da infraestrutura urbana. Ruas esburacadas, falta de iluminação adequada e o isolamento da comunidade após obras viárias são alguns dos problemas listados. A escola municipal também é alvo de críticas por falta de área de lazer para as crianças e necessidade urgente de reformas.
Os moradores fazem um apelo direto a prefeitura de Petrolina:
- Reforma e reocupação da quadra poliesportiva;
- Reabertura da Unidade Básica de Saúde;
- Segurança permanente nas imediações da escola e da creche;
- Intervenções na infraestrutura viária com operação tapa-buracos;
- Revisão da atuação do abrigo para moradores de rua;
- Criação de uma passarela ou acesso seguro para atravessar a Perimetral.