A comunidade do bairro João de Deus, mais especificamente na Rua 5, Caminho da Universidade, está enfrentando uma grave crise de abastecimento de água. Os moradores relatam que a falta do recurso básico já dura mais de uma semana, e a situação tem se agravado, trazendo muitos transtornos à rotina local.
José Ailton, um dos moradores mais afetados, expressou indignação e desespero ao relatar os problemas. “Estamos aqui com a água faltando há mais de uma semana. Quando chega, não tem pressão suficiente para subir até as caixas d’água, e isso tem prejudicado demais a gente”, afirmou. Segundo ele, muitos moradores, inclusive, não conseguem tomar banho de chuveiro há meses devido à baixa pressão da água.
A Compesa, responsável pelo fornecimento de água na região, foi acionada, mas as soluções oferecidas têm sido insatisfatórias. José Ailton explica que, ao entrar em contato com a empresa, foi informado sobre um rodízio no fornecimento: “O atendente disse que a solução seria um calendário de rodízio, onde ficaríamos 15 dias sem água e 15 dias com água. Mas e a pressão, como fica? Isso não resolve o problema de ninguém”, lamentou.
Lucimar Costa, outro morador da Rua 5, também compartilhou sua frustração com a situação. “A gente paga em dia, mas não tem água. Eu tenho que pegar água na casa da minha sogra porque a Compesa não fornece”, contou. Ele explicou que, quando a água chega, a pressão é tão baixa que muitos moradores do primeiro andar não conseguem sequer acessar o recurso. “Eu moro no térreo, e a água até chega aqui, mas quem mora no primeiro andar, não tem como pegar”, disse.
Marinalva Silva, moradora do local há mais de 10 anos, descreveu a rotina difícil enfrentada pela comunidade. “Todos os dias, acordamos de madrugada para tentar pegar um pouco de água, mas, ultimamente, nem isso tem acontecido. Já tem uma semana que não chega uma gota sequer”, lamentou. Para ela, a situação é insustentável, e a cobrança pela água não cessa. “A conta chega pontualmente, mas a água nunca vem. Estamos cansados disso”, destacou.
Lucilene Costa também fez um apelo, pedindo uma solução urgente para a falta de água. “A água é cara, e a gente paga, mas não tem acesso. A situação está insuportável. A Compesa precisa tomar uma providência”, afirmou com desespero.
Carlos Murilo, morador da região, relatou os prejuízos que a falta de água tem causado à sua rotina. “Aqui, nós precisamos comprar bombas para tentar puxar a água. Se a fiscalização da Compesa passa, ainda quer multar a gente, sendo que estamos pagando a conta de água todo mês e não temos o serviço”, disse, criticando a postura da companhia.
Para ele, o impacto da crise vai além das dificuldades cotidianas: “Sem água, não tem como levar os filhos para a escola, fazer um almoço, ou até mesmo receber uma visita. A gente se sente envergonhado com a situação”, contou.
A situação chegou a um ponto crítico, e a comunidade está organizando um protesto em frente à sede da Compesa, cobrando uma solução definitiva para o problema. José Ailton concluiu: “Estamos pedindo que a Compesa resolva de vez. A gente paga por esse serviço, e queremos uma solução definitiva, não paliativos. A água é um direito de todos, e é inconcebível que a gente viva essa situação todos os dias.”
A nossa produção procurou a Compesa em busca de esclarecimentos sobre a situação, em nota a Compesa informou que a rede que o abastecimento do João de Deus e do Caminho da Universidade foi suspenso emergencialmente duas vezes, esta semana, para serviços de reparos em vazamentos. A vazão da rede que abastece esses bairros está sendo normalizada nesta manhã. A Compesa informa, ainda, que está prevista para a próxima segunda-feira (17), uma obra para interligação da rede antiga à nova Adutora do Pedra Linda, onde foi investido R$ 400 mil dentro do programa Águas de Pernambuco. A iniciativa irá melhorar a distribuição de água para os bairros Pedra Linda, a parte alta do João de Deus, Caminho da Universidade, Vale Dourado e Vila Esperança, beneficiando 25 mil pessoas.