Moradores protestam em frente ao Ministério Público de Petrolina contra falta de água e cobram providências da Compesa

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Manifestantes afirmam que a situação é recorrente e pedem compensação financeira, carro-pipa e investimentos em reservatórios. Documento será entregue ao Ministério Público.

Moradores de diversos bairros de Petrolina realizam, na manhã desta terça-feira (7), um protesto pacífico em frente à sede do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), no município do Sertão do São Francisco. O ato cobra providências da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) diante da constante falta de água que, segundo os organizadores, tem prejudicado centenas de famílias nas últimas semanas.

Ao lado dos manifestantes está Pedro Caldas, presidente da Central Única dos Bairros de Petrolina. Ele explica que o grupo irá entregar um ofício à promotora de Justiça de Defesa do Consumidor, Ana Paula Cardoso, pedindo que o órgão cobre ações da Compesa.

“Nós estamos pedindo uma compensação financeira aos clientes pelos dias sem abastecimento, que a Compesa disponibilize carro-pipa para as comunidades afetadas, que apresente um projeto de construção de reservatórios nos bairros Henrique Leite e Pernambuco, e que o MP instaure um inquérito civil para apurar o descaso”, disse Pedro.

Os moradores afirmam que não aceitam mais conviver com o problema em uma cidade que está às margens do Rio São Francisco. “Petrolina é a terceira maior cidade de Pernambuco e precisa ter um serviço de água e esgoto de qualidade, compatível com o que pagamos”, completou Caldas.

Críticas ao governo estadual

Apesar de destacar a postura de diálogo do gerente local da Compesa, Alexandro, o líder comunitário reforçou que a resolução do problema depende do governo estadual.

“Ele sempre nos dá resposta, mas não tem força para resolver porque quem manda é Recife. O dinheiro do petrolinense vai para a capital, mas os investimentos não chegam aqui. Desde que a governadora assumiu, ouvimos promessas de investimentos, mas o problema continua”, afirmou.

Domingos, outro representante comunitário, reforçou a cobrança:

“O sofrimento continua. O trabalho que fizeram não resolveu. O lado do bairro Pedra Linda continua sem água, o Vale Dourado e a Vila Esperança também. Pagamos todos os meses, mas não temos nosso líquido precioso.”

Expectativa sobre o Ministério Público

Os manifestantes dizem esperar que o MP e o poder público municipal atuem de forma mais efetiva.

“O que a gente quer é que resolva o problema. São quase 40 anos convivendo com essa situação. Queremos apenas ter água nas torneiras e pagar a conta com satisfação”, afirmou Domingos.

Morador do bairro São Joaquim, Marivaldo destacou que a falta d’água tem afetado até atividades básicas.

“Hoje, às 6h da manhã, não tinha água no chuveiro. No meu bairro e em outros como Santa Luzia e Nazaré, a situação é precária. Viemos ao MP porque não dá mais para pagar taxa de esgoto sem ter água em casa”, disse.

Próximos passos

O documento será assinado por lideranças comunitárias e entregue ainda hoje à promotora Ana Paula Cardoso. Segundo os organizadores, o grupo continuará mobilizado até que haja respostas concretas da Compesa e do governo estadual.

A Compesa ainda não se pronunciou oficialmente sobre o protesto.