Moro vai hoje ao Senado para detalhar as conversas vazadas com Dallagnol

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(foto: reprodução)

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, ficará frente a frente com senadores, nesta quarta-feira (19), às 9h, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Ex-juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, ele terá meia hora para explicar mensagens trocadas com o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava-Jato no Paraná. Diálogos, que teriam sido alvo de hacker, foram divulgados pelo site The Intercept. Nos últimos dias, Moro buscou apoio de parlamentares e preparou o discurso que será apresentado na sabatina.

Para convencer os senadores de que agiu tecnicamente, Moro repetirá que conversas entre as partes do processo fazem parte do jogo, desde que não causem impacto no resultado do julgamento. A base do governo vai tentar blindar o ministro de críticas, enquanto a oposição buscará prejudicar a imagem de Moro — e, de quebra, do governo —, que desfruta de grande popularidade justamente pela atuação do então juiz na maior operação de combate à corrupção da história do Brasil. Fato é que o cenário estará bastante hostil ao convidado.

A segurança do Senado foi reforçada para a chegada do ministro. Ele não deixou de comparecer a eventos públicos e manteve a sua agenda oficial após as divulgações dos diálogos. No entanto, tem evitado responder a perguntas da imprensa.

A sabatina desta quarta-feira (19/6) é fundamental para os próximos passos de Moro. Ele começa a sofrer bombardeio no Congresso, o que impede o avanço do seu projeto anticrime e de outras pautas do governo. Além disso, fica cada vez mais difícil ganhar o aval do Senado para assumir uma vaga no Supremo.

Nesta terça-feira (18/6) à noite, o Intercept divulgou mais um trecho de conversas entre Moro e Dallagnol. O site deixa a entender que o então juiz quis proteger o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Nos diálogos, Moro questionou o procurador sobre uma investigação contra o tucano, a classificou como fraca e disse que poderia “melindrar alguém cujo apoio é importante”.

O site Antagonista, no entanto, mostrou que as frases publicadas pelo Intercept estavam fora de contexto. Moro disse que viu reportagem sobre caixa 2 contra FHC na tevê e achou muito fraco. Ele perguntou também se o eventual crime não estava prescrito. Dallagnol respondeu que não foi analisada a prescrição, ao que o então juiz respondeu: “Acho questionável, pois melindra alguém cujo apoio é importante”. (com informações Correio Braziliense)