Em uma entrevista concedida ao “Nossa Voz”, nesta quarta-feira (19), Wellington Batista, presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativo de Petrolina, e Gerbson Almeida, motorista de aplicativo, abordaram uma série de temas importantes sobre a atual situação dos motoristas e as mudanças no setor. Entre os assuntos discutidos estavam os reajustes de tarifas, os novos aplicativos locais e as preocupações com o abastecimento de carros elétricos.
Wellignton comentou sobre a recente notícia de reajustes nas tarifas do Uber, que podem variar de 10% a 25%. No entanto, ele esclareceu que o aumento não será repassado ao passageiro, mas sim destinado ao motorista.
“Eu tava lendo sobre isso, é, uma tarifa vai ficar entre 10 e 25%, o reajuste. Só que ela não vai ser entre 10 a 25%. Isso, mas só que ele não vai reajustar para o cliente. Vai ser reajustado só para o motorista”, disse. Ele também ressaltou que a Uber cobra entre 30% a 40% de cada viagem, o que pode prejudicar ainda mais os motoristas.
Wellington completou, destacando o descontentamento entre os motoristas com essa medida:
“Nós estamos como motoristas de aplicativo desde 2017. Até aqui, nunca teve um reajuste. A tarifa mínima até hoje é R$ 5,75 na Uber, e R$ 6 na 99.”
Novos Aplicativos Locais e a Diferença nas Taxas
Em contraponto, Gerbson Almeida falou sobre a chegada de dois aplicativos locais, HM e Ouridriver que oferecem melhores condições para os motoristas.
“A diferença é que as taxas deles para o motorista são melhores. São menores. Então, eles conseguem dar um valor bom para o passageiro e também para o motorista”, afirmou Gerbson.
Wellington acrescentou que esses aplicativos oferecem opções como carros para cadeirantes, autistas e até carros Comfort, algo que falta nos serviços tradicionais de Uber e 99 nas cidades menores.
“Nós temos também o carro Comfort. As pessoas querem uma festa, estão maquiadas, no terno, e querem ir no ar-condicionado. Só esses dois aplicativos locais oferecem esse serviço na nossa cidade”, explicou Wellington.
Ele destacou a crescente adesão a essas plataformas:
“Por enquanto, eles estão crescendo, pegando mais motoristas. Os motoristas têm que aderir também aos dois aplicativos. Eles cobram 10% de cada viagem, o que representa uma economia de R$ 60 diários para o motorista em comparação com a Uber.”
Outro ponto abordado na entrevista foi o uso de carros elétricos, um tema que gera muitas dúvidas entre motoristas e passageiros. Wellington revelou que já existem 33 carros elétricos trabalhando em Petrolina, mas a grande dificuldade continua sendo o abastecimento.
“O carro elétrico tem autonomia de 300 a 320 km, mas quando a bateria está quase acabando, o motorista tem que procurar um ponto de carga lenta, que demora de 8 a 12 horas”, explicou Germison.
No entanto, a boa notícia é que a associação conseguiu garantir um ponto de carga rápida em Petrolina, o que facilita bastante a vida dos motoristas.
“Hoje, já temos um ponto de carga rápida em Petrolina, e em breve vamos instalar mais três pontos. Em Juazeiro da Bahia, teremos dois pontos também”, disse Wellington.
Ele ainda comentou sobre a expansão dessa infraestrutura:
“Estamos indo para Salgueiro, Serra Talhada e Capim Grosso para garantir a rota Recife-Salvador para quem tem carro elétrico.”
Ele também abordou o problema de motoristas que se recusam a parar em locais como a Ilha do Fogo, um assunto frequentemente questionado pelos passageiros.
“Na Ilha do Fogo, é proibido parar em cima da ponte. Já solicitei uma placa para sinalizar essa restrição. Peço que os passageiros compreendam, é por segurança. Se você está com uma criança e um carro pára, a porta pode abrir e causar um acidente”, explicou Wellington.