Motoristas de ônibus paralisam atividades por falta de pagamento, e Univasf realiza repasse direto aos profissionais

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A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) enfrenta mais uma crise envolvendo o transporte estudantil. Motoristas terceirizados paralisaram as atividades devido à falta de pagamento de salários e benefícios referentes aos dias trabalhados em abril. Para contornar a situação e garantir a continuidade do serviço, a instituição optou por realizar o pagamento diretamente aos profissionais.

O pró-reitor de Assistência Estudantil da Univasf, Clébio Ferreira, explicou que a empresa CRE Transportes, atual responsável pelo serviço, assumiu o contrato no dia 17 de abril, após o rompimento com a gestora anterior. Segundo ele, a mudança foi motivada por uma ruptura traumática com a antiga contratada.

“A empresa anterior abandonou o contrato, e nós fizemos os pagamentos mês a mês diretamente aos motoristas. Essa nova empresa entrou no dia 17 de abril, e os motoristas começaram a trabalhar efetivamente no dia 22. A grande maioria deles permaneceu. A empresa convidou que todos permanecessem, mas alguns decidiram não continuar”, afirmou.

De acordo com o pró-reitor, os problemas começaram a ser relatados na última semana, quando motoristas procuraram a pró-reitoria para informar que ainda não haviam recebido os valores referentes a oito dias úteis de abril, além dos auxílios transporte e alimentação.

“Fui procurado por representantes dos motoristas, com quem temos contato diário, e eles relataram que a empresa ainda não havia feito os pagamentos. Entrei em contato com a empresa, que alegou estar com um problema judicial em uma das contas que utilizam para efetuar os repasses”, explicou Ferreira.

Diante da falta de perspectiva de resolução imediata, os motoristas decidiram pela paralisação na segunda-feira. Ainda no sábado anterior, a universidade buscou uma alternativa emergencial para garantir o pagamento.

“Chegamos a um consenso de que eles deveriam emitir nota fiscal com os dados bancários dos colaboradores, para que pudéssemos fazer o pagamento diretamente. Ontem à tarde recebemos as informações, e hoje devemos estar emitindo a ordem bancária para pagar diretamente na conta desses motoristas. Isso inclui os dias trabalhados em abril e os benefícios pendentes. O que sobrar da nota, vamos usar para adiantar os benefícios de maio”, declarou.

Ferreira destacou que a responsabilidade pelo pagamento é da empresa contratada, mas que, diante do impasse, a universidade decidiu intervir para não prejudicar os estudantes.

“Essa é uma obrigação da empresa e não da Univasf. Eu não sou o gestor do contrato, sou apenas um dos demandantes. Os gestores do contrato já notificaram a empresa e, dependendo do desenrolar, ela pode ser penalizada com multas que impactam no valor final a ser pago”, explicou.

Ainda segundo o pró-reitor, a Univasf acompanha de perto a situação e estuda alternativas para evitar novas interrupções.

“Estamos atentos. Torcemos para que nada fuja do controle e que a empresa resolva essa questão bancária. O advogado deles está atuando para solucionar o problema. Mas já estudamos uma nova licitação, para deixar engatilhada, caso haja necessidade de mudança. Ainda depositamos confiança na empresa, mas esperamos que não haja mais atrasos”, afirmou.

Clébio Ferreira finalizou destacando que, embora a empresa tenha pedido desculpas, os maiores prejudicados são os usuários do transporte universitário.

“A conversa com o gestor da empresa foi boa, ele pediu desculpas pelos transtornos. Mas sabemos que essas desculpas não devem ser direcionadas a mim ou à gestão, e sim aos usuários”, concluiu.