Na manhã desta quarta-feira (19), cerca de 30 motoristas do transporte coletivo de Petrolina realizaram uma paralisação em frente à Prefeitura da cidade. O movimento foi motivado por diversas reivindicações, incluindo a falta de estrutura básica para os trabalhadores, como a remoção dos banheiros do terminal do bairro João de Deus, e a insegurança sobre a continuidade dos postos de trabalho.
O motorista Heráclito Washington destacou a pressão enfrentada pela categoria. “Os motoristas estão sendo penalizados. A fiscalização nos multa quando paramos, mas ignora irregularidades cometidas por outros condutores. Nós estamos lutando pelos nossos direitos, porque se essa empresa fechar, muitas famílias ficarão sem sustento”, afirmou.
Já Elisio Rodrigues Campos, presidente do Sindicato dos Motoristas Rodoviários de Petrolina, explicou que a paralisação foi motivada pelo aviso da empresa Atlântico aos trabalhadores, nos dias 13 e 14 de março, informando sobre a possibilidade de abandono do sistema de transporte na cidade. “A empresa disse que não consegue operar no vermelho e pode sair de Petrolina. Nossa maior preocupação é a segurança dos postos de trabalho e o pagamento das verbas rescisórias caso isso aconteça”, declarou.
Em relação à paralisação, Rodrigues Campos afirmou: “A gente veio com o intuito de fazer uma paralisação de uma hora, mas devido ao diretor da AMMPLA chegar muito alterado dizendo que os motoristas e os ônibus serão responsáveis pelas multas, podemos esticar mais a corda. Se não for resolvido, voltamos a fazer greve, mas essa será comunicada à imprensa e aos órgãos. Não será uma greve de uma hora, pode passar até 12 dias, como aconteceu na greve da Viva na época.”
Ele também mencionou a preocupação com a frota reduzida: “Atualmente, entre 25 e 30 ônibus estão parados, o que já é uma adesão significativa. Quando o Plano de Mobilidade foi estabelecido, deveria rodar mais de 70 ônibus, mas isso já foi reduzido. Além disso, 50% dos trabalhadores foram demitidos, o que aumenta nossa preocupação com o futuro do serviço.”
Atualmente, cerca de 30 ônibus estão parados, reduzindo ainda mais a frota da cidade, que já opera com um número inferior ao estabelecido pelo Plano de Mobilidade. De acordo com os motoristas, metade da mão de obra do setor foi demitida nos últimos meses, e os trabalhadores estão preocupados com o futuro do serviço.
O diretor-presidente da AMMPLA, Edilson Leite, minimizou a situação, alegando que os motoristas não estão sendo prejudicados. Segundo ele, a empresa Atlântico está em processo de negociação com a Prefeitura e com a AMMPLA para receber subsídios e continuar operando. “O Ministério Público já foi acionado e está analisando a questão. A Atlântico presta um bom serviço, e estamos buscando resolver tudo da melhor maneira, sem transtornos para motoristas e passageiros”, afirmou.