Em entrevista coletiva concedida a imprensa no início da tarde desta quinta-feira (12), o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), assegurou mais uma vez não antecipar o debate sobre a sucessão do governo do estado. Segundo o gestor, que completará oito anos de mandato no final de 2022, as questões partidárias devem ser reservadas para o próximo ano, apesar de não perder a oportunidade de reprovar a postura do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia da covid 19. Mesmo diante das reiteradas críticas feitas pelo prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, Câmara garantiu que se mantém focado na administração de Pernambuco.
“A gente tem que tratar essas questões políticas como devem ser tratadas. Vamos fazer o debate político, só acho que deve ser feito no momento certo. Acho que 2022 é a etapa necessária para que possamos fazer esse debate político. Entendo que estamos trabalhando, enfrentando crises em cima de crises muito grandes. Essa crise sanitária foi sem precedentes e nós estamos enfrentando e temos resultados importantes, apesar das vítimas e das mortes e vidas não se recuperam quando ocorrem os óbitos. Fizemos um dever de casa importante na estruturação da saúde, Pernambuco em 2021 teve a segunda menor taxa de mortalidade do país. Se somar 2020 e 2021 foi a quinta menor de todo o país”.
O governador somou os mais de 14 anos de gestão do PSB à frente do Estado, iniciada em 2007 com Eduardo Campos, e os importante indicadores alcançados. “Resolvemos o que tivemos para cuidar cedo. Seja lá atrás na educação, quando tiramos Pernambuco das últimas colocações e colocamos entre as primeiras, seja na saúde, seja agora na retomada do emprego. Então, é isso que vamos continuar fazendo, esses debates políticos vão continuar, evidentemente, mas a gente tem um caminho traçado e um norte”.
Apesar de não entregar os nomes que apoiará na disputa do próximo ano, uma delas é certa: Paulo Câmara assume que vai se manter na oposição à reeleição do presidente da república, Jair Bolsonaro. “Em 2022, na verdade, a gente vai debater o que Pernambuco quer para o futuro e a forma que a população quer é melhor para Pernambuco. O que eu sei hoje é que o Brasil não pode continuar tendo um presidente como tem hoje. Que trabalha pouco, é negacionista, que fez com que a pandemia fosse tratada, muitas vezes, de forma irresponsável, sem olhar o próximo. Muitas mortes poderiam ter sido evitadas se esse país tivesse um comandante com responsabilidade para enfrentar o momento que estamos enfrentando”.