Em Petrolina, os números alarmantes de violência doméstica contra mulheres nos dois primeiros meses deste ano ecoam um cenário preocupante, onde 439 casos já foram registrados. No ano anterior, a situação foi ainda mais grave, com 2.922 mulheres vítimas na região. Isso representa uma média de oito mulheres vitimadas a cada 24 horas, segundo a rede de observatórios da segurança.
Diante desse contexto, cinco mulheres dedicadas à causa da proteção feminina em Petrolina e Juazeiro reuniram-se para discutir estratégias de enfrentamento e justiça hoje no programa Nossa Voz, da rádio Grande Rio FM. A Promotora de Justiça Rosane Moreira Cavalcanti, a Coordenadora da União Brasileira de Mulheres, Socorro Lacerda, a Advogada do CEAM Dra. Maria dos Anjos, a Sargento da Patrulha Maria da Penha, Maria Rosemeire Ferreira, e a Delegada da DEAM Juazeiro, Joelma Bonfim, compartilharam suas experiências e perspectivas sobre os desafios e avanços na proteção das mulheres.
A Sargento Maria Rosemeire Ferreira, da Patrulha Maria da Penha da Polícia Militar, destacou a importância do trabalho preventivo e ostensivo no combate à violência, enfatizando o impacto positivo das medidas protetivas de urgência. Ela ressaltou que “a polícia militar a Patrulha Maria da Penha da Polícia Militar vem atuando de forma preventiva e ostensiva no Combate à violência contra a mulher, com visitas diárias e cadastramento no programa pró-vida, percebendo uma melhora na autoestima das mulheres atendidas”.
Já a Delegada Licelma Bonfim ressaltou o aumento significativo no número de registros de ocorrências, evidenciando uma maior conscientização das mulheres sobre seus direitos e a necessidade de denunciar casos de violência. “Em 2022, a delegacia especial de atendimento a mulher de Juazeiro enviou ao ministério público 914 inquéritos policiais. Isso representa que as mulheres têm consciência dos seus direitos e que estão procurando a delegacia para solicitar uma medida protetiva de urgência”, destacou.
Dra. Maria dos Anjos, advogada do CEAM, compartilhou detalhes sobre os serviços de atendimento disponíveis para as mulheres vítimas de violência, incluindo apoio jurídico, psicológico e social. Segundo ela, “o CEAM tem uma equipe disponível para atender e nos casos em que a mulher não pode ir até o local, há o atendimento online disponível 24 horas por dia”.
A Dra. Licelma Bonfim, da delegacia da mulher de Juazeiro, discorreu sobre a importância das medidas protetivas de urgência e o acompanhamento pela Ronda Maria da Penha para evitar casos de feminicídio. “A partir do momento que o agressor é notificado dessa medida protetiva de urgência, a mulher é acompanhada pela Ronda Maria da Penha, o que é muito eficaz em Juazeiro”, explicou.
Socorro Lacerda, coordenadora da União Brasileira de Mulheres, enfatizou a implementação da lei “Não é Não” em estabelecimentos públicos como uma medida para combater o assédio e a cultura do estupro. “A partir de Junho, essa lei do ‘não é não’ estará valendo em vários restaurantes, como forma de fazer uma fiscalização mais eficaz”, afirmou.
Ela também destacou a necessidade de educar os homens desde cedo sobre respeito e igualdade de gênero, afirmando que “é fundamental desconstruir os padrões machistas desde a infância para construir uma sociedade mais justa e segura para todas”.
Canais de Denúncia: 190 ou 181