“Não existe essa questão de licença”, diz Cristina Costa sobre situação de Dulci Amorim no PT

0

Para a ex-vereadora e integrante da executiva estadual do PT, Cristina Costa, não cabe dentro do estatuto da legenda o pedido de licença feito pela ex-deputada e consultora técnica da Casa Civil do Governo do Estado, Dulci Amorim. Compor o governo Raquel Lyra ao qual o Partido dos Trabalhadores faz oposição também não seria uma conduta aceitável, segundo Costa. 

“Respeito a posição de Dulci, a política é muito dinâmica e as lideranças buscam espaços. Eu poderia estar fazendo isso também, mas cada um tem o seu projeto. Dulci foi ocupar um espaço, pediu licença, realmente oficializou dentro do diretório municipal, mas não existe essa questão de licença. O PT é oposição ao governo Raquel, Lira, nós já discutimos isso internamente dentro do partido. A executiva já chamou a companheira Dulci para que ela possa tomar um posicionamento e que fique à vontade e solicitar desfiliação do partido. É uma decisão que a gente está respeitando, ela vai ter todo o tempo para pensar, então o partido aguarda posicionamento e vamos ver qual será a decisão dela”, afirmou em entrevista ao Nossa Voz da última quarta-feira (01).

Ainda de acordo com Cristina, sua opinião não é aplicada apenas ao caso de Dulci, “mas essa situação se estende a qualquer filiado do Partido dos Trabalhadores”. E deu exemplos. “Nós estamos compondo diretório municipal e nossas lideranças indicam alguns membros para fazerem parte da executiva e do diretório municipal. E aí nós tivemos indicações de filiados do Partido dos Trabalhadores que hoje se encontram em assessorias de outros parlamentares que não tem nada a ver com PT, ou que são oposição ao PT, ali esses nomes já foram vetados e esse companheiro vai ser chamado. Ou ele pede a desfiliação do partido ou virá a expulsão porque isso faz parte do partido”. 

A condição considerada contraditória também teria uma interferência na pré-candidatura de Dulci, segundo Cristina. “É meio complicado, né? Porque eles têm sempre um trabalho em conjunto. Eles foram candidatos a deputado estadual e federal, não foi a primeira vez em conjunto. E aí no momento quando você tem um em um partido o outro em outro, em partidos que são linhas totalmente diferentes e isso deixa a gente com pé atrás. É preciso que a gente reavalie, é preciso que a gente debata, chame os companheiros para entender qual será o projeto, como eles podem fortalecer o projeto do Partido dos Trabalhadores, como agregar a militância para vestir a camisa e ir para a rua pedir voto?”, pontuou. 

Por outro lado, o deputado federal, Carlos Veras (PT), pregou cautela, visando exatamente a situação dos prefeitos de Serra Talhada e Águas Claras, Márcia Conrado e Luiz Aroldo, respectivamente. Ambos, assim como Dulci, apoiaram Raquel Lyra no segundo turno e devem contar com o apoio da governadora tanto para reeleição (no caso de Conrado), quanto para o candidato indicado para a sucessão. 

“Acho que são tempos de prudência, tempos de como reconstrução. Tanto a prefeita a Márcia Conrado, como o prefeito Luiz Haroldo, pela direção estadual, eles tiveram meio que uma anuência para poder seguir o caminho. Eles são gestores, nós temos uma prioridade que é reeleger os nossos prefeitos do Partido dos Trabalhadores, a segunda prioridade são as sucessões municipais, onde o partido tem a possibilidade de conseguir a sucessão, e também novas candidaturas a ampliação dos municípios governados pelo PT. Então, você não pode fazer nenhuma movimentação política que possa inviabilizar e dificultar a reeleição, a sucessão e as eleições nesses municípios”, apaziguou.