O tabagismo foi tema do Nossa Voz Saúde nesta segunda-feira (05). O diretor médico da Secretaria de Saúde, Erick Oliveira, falou sobre a mortalidade associada ao uso de cigarros. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, anualmente, oito milhões de mortes são atribuídas ao consumo de cigarros em todo o mundo. Se olharmos para os números no Brasil, o Instituto Nacional do Câncer relata que 160.000 mortes por ano são atribuídas ao tabagismo. Isso tem um impacto significativo tanto nos custos da saúde pública quanto na mortalidade relacionada ao fumo ou a formas alternativas de consumo.
De acordo com o diretor médico, a redução do consumo de cigarros é uma alternativa inteligente, mas o problema continua existindo para os fumantes. Alguns estudos sugerem a redução gradual do número de cigarros como uma alternativa para aqueles que ainda não conseguem parar de fumar. No entanto, é importante ressaltar que não existe um nível seguro de consumo de tabaco. Hoje em dia, há uma alternativa amplamente divulgada chamada cigarro eletrônico, que supostamente causa menos danos do que o cigarro tradicional. O cigarro é composto principalmente por nicotina, que causa dependência física e química. Além disso, contém mais de 5.000 substâncias tóxicas, incluindo agentes cancerígenos, inseticidas e diversas outras substâncias.
O tabagismo traz consequências graves para a saúde, independentemente da forma de consumo. É fundamental que as pessoas estejam cientes dos riscos e busquem maneiras de abandonar o hábito de fumar, visando melhorar sua saúde e qualidade de vida.
Oliveira destacou que os riscos pulmonares do tabagismo vão além do câncer de pulmão. Muitas pessoas associam o tabagismo apenas a esse tipo de câncer, mas há inúmeros outros tipos de câncer relacionados ao uso do cigarro. Além disso, o tabagismo está ligado a problemas como infarto, AVC, osteoporose em mulheres e catarata. “Se falarmos sobre todos os malefícios do cigarro, levaríamos muito tempo, pois são diversos”, disse.
“Quando você fuma, o monóxido de carbono começa a circular no seu sangue, causando impactos negativos na saúde cardiovascular. Os efeitos relacionados a neoplasias, como o câncer, são um pouco mais prolongados, ocorrendo ao longo de anos de consumo. É importante ressaltar que tanto os danos quanto os benefícios de parar de fumar começam a ocorrer imediatamente ou em curto prazo”, disse Erick.
Estudos estimam que, nos primeiros 30 minutos a 1 hora após parar de fumar, ocorre uma melhora na pressão arterial e frequência cardíaca. Após um dia, há uma melhora na oxigenação do organismo e redução do suor relacionado ao cigarro. Após um mês, a tosse, a falta de ar e outros sintomas respiratórios causados pelo cigarro começam a melhorar. Em torno de 5 a 10 anos após parar de fumar, o risco cardiovascular é reduzido em 50%. E estima-se que, após 15 a 20 anos, o risco de certas doenças volte ao nível de uma pessoa que nunca fumou.
Deixar de fumar pode ser um desafio tanto para o fumante quanto para as pessoas próximas, que convivem com o tabagismo. Às vezes, anos se passam sem conseguir abandonar o vício, e há recaídas. Portanto, é prejudicial à saúde. “Meu conselho para os fumantes que estão tentando parar e para os familiares e amigos que os cercam é que o tratamento do tabagismo está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É importante lembrar que não se deve enfrentar esse desafio sozinho, pois o vício é considerado uma doença, uma dependência psicoativa da nicotina, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. O SUS oferece tratamento e suporte, incluindo medicamentos como adesivos e gomas de nicotina, que ajudam a reduzir os sintomas de abstinência”, explicou.
Em Petrolina, existem quatro unidades de referência para quem deseja parar de fumar. Nos bairros Areia Branca, Vila Eduardo, Gercino Coelho e Pedra Linda. “São formados grupos de tabagismo nessas unidades, e estamos trabalhando para ampliar esse serviço. Além disso, em qualquer unidade básica de saúde, em qualquer região, é possível procurar ajuda. Basta relatar o desejo de parar de fumar, agendar uma consulta médica e receber todo o apoio necessário”.
Além das questões de saúde a longo prazo, é importante considerar os aspectos socioeconômicos relacionados ao consumo de cigarro. “O tabagismo pode representar um custo financeiro significativo, afetando tanto o indivíduo fumante quanto a organização familiar. É importante destacar que o tabagismo é um problema de saúde pública, e o governo tem implementado medidas para combater esse vício, como o aumento dos impostos sobre o cigarro”, afirmou.