Neste sábado (1º), o Bloco Os Que Ficaram celebra 25 anos alegrando os foliões de Petrolina

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O Carnaval de Petrolina tem se consolidado ao longo dos anos como um dos principais eventos culturais da cidade, mas sua história nem sempre foi assim. Muito disso se deve ao Bloco dos Que Ficaram, que, há 25 anos, tem sido a principal manifestação da folia local, resistindo ao abandono do Carnaval tradicional da cidade.

O bloco nasceu em um contexto de crise para o Carnaval de Petrolina. Nos anos 2000, a cidade vivia a decadência de sua festa de rua. Não havia programação oficial, e os moradores que não podiam viajar para outras capitais como Recife, Salvador ou Rio de Janeiro, ficavam sem alternativas para curtir o feriado. Foi então que Domingos Souza, um dos fundadores, decidiu reunir um grupo de amigos para criar o Bloco dos Que Ficaram, uma alternativa improvisada para reviver a folia nas ruas de Petrolina.

“Não queria viajar e resolvi juntar a turma para colocar o bloco na rua. Começou como uma brincadeira, uma forma de ocupar o espaço da cidade com o Carnaval, que já não existia mais”, lembra Domingos Souza. Nas edições iniciais, o bloco contou com uma orquestra de frevo e se concentrou em ruas centrais da cidade, onde antes a festividade não existia. A falta de infraestrutura e apoio da administração municipal não impediu que o bloco seguisse com seu desfile, enfrentando um cenário de abandono cultural.

A resistência do Bloco dos Que Ficaram foi crucial para a manutenção do Carnaval de rua em Petrolina. Durante anos, o evento atraiu foliões que, mesmo diante da escassez de recursos e de estrutura, garantiram a continuidade da tradição. “Nos primeiros anos, saímos sem destino definido, subíamos pelas ladeiras da cidade, passávamos pelo Bar e circulávamos pelas ruas do centro. Foi uma resistência no sentido mais verdadeiro da palavra”, afirma outro integrante do bloco.

Ao longo do tempo, o bloco foi se estruturando e ganhando popularidade, refletindo uma mudança no Carnaval local. Em 2025, o Bloco dos Que Ficaram celebra 25 anos de existência, uma trajetória marcada por superações, crescimento e a reafirmação da importância da festa de rua para a identidade cultural de Petrolina. Este ano, o bloco sairá no sábado, 1º de março, com concentração na Praça das Algarobas, a partir das 19h, e segue pela Rua Júlio de Melo, um trajeto que foi readequado com o apoio da Secretaria de Trânsito da cidade, para garantir maior segurança e fluidez no trânsito.

A atração principal será a orquestra de frevo Serpente Imperial, que acompanha o bloco desde suas primeiras edições. A banda é um dos pilares do evento, proporcionando aos foliões a verdadeira experiência do Carnaval pernambucano. Além disso, o bloco contará com outros grupos locais, consolidando o evento como um espaço plural para a cultura da cidade.

Em relação ao apoio institucional, os organizadores do Bloco dos Que Ficaram destacam a evolução do Carnaval de Petrolina nos últimos anos, embora reconheçam que a resistência ainda seja uma necessidade para garantir a continuidade de eventos como esse. “Nosso objetivo é celebrar a cultura local e garantir que o Carnaval de rua não seja esquecido. Não estamos apenas fazendo uma festa, estamos mantendo viva uma história”, afirma Domingos Souza.

A venda de camisas para o evento também já está em andamento, e os organizadores destacam que os tamanhos disponíveis são limitados. Para garantir sua participação no bloco, os foliões podem adquirir as camisas por meio de contato direto com os organizadores.

Em 2025, o Bloco dos Que Ficaram não é apenas uma festa, mas um símbolo da resistência cultural de Petrolina. Com 25 anos de história, o bloco tem sido fundamental para a preservação do Carnaval de rua na cidade, resistindo às adversidades e fortalecendo a identidade local. Para quem nunca participou dessa folia, a edição deste ano promete ser uma oportunidade imperdível de vivenciar a tradição do Carnaval de Petrolina.

A festa será realizada no sábado, 1º de março, a partir das 19h, e todos estão convidados a fazer parte dessa celebração histórica.