No Brasil, três em cada quatro apoiam restringir número de dias que crianças vão à escola por semana

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Pré Vestibular Social realizado no Colégio Municipal Professora Maria Isabel Damasceno Simão. Macaé/RJ. Data: 03/08/2015. Foto: Juranir Badaró/Prefeitura de Macaé.
(Foto: Juranir Badaró/ Prefeitura de Macaé)

Três em cada quatro brasileiros acreditam que o número de dias em que as crianças vão para a escola deve ser diminuído durante a pandemia de covid-19, aponta pesquisa do Ipsos Essentials, a maior parte dos entrevistados também acredita que as aulas presenciais só devem voltar em, no mínimo, quatro meses.

O levantamento online ouviu 14.518 pessoas, com idades entre 16 e 74 anos, em 16 países diferentes dos dias 17 a 20 de julho — a margem de erro da pesquisa é de 3,5 pontos percentuais. Dos 1.000 entrevistados no Brasil, 74% concordam que o número de dias na escola para aulas presenciais deve ser restrito.

Somando os entrevistados que responderam que não querem o retorno das aulas presenciais em no mínimo quatro meses (24%), sete meses (20%) e um ano (13%), chega-se a 57% de brasileiros que não querem seus filhos nas escolas ao menos até dezembro. Outro número que chama a atenção é que quase um quinto dos entrevistados (18%) diz não ter certeza se está confortável ou não com o retorno das aulas.

“O Brasil é, de longe, quem menos demonstra conforto nesse retorno”, diz o CEO da Ipsos Brasil, Marcos Calliari. “Há uma preocupação muito grande dos pais e mães com a falta de clareza das decisões, dos protocolos em relação à pandemia. Não há consenso [do poder público sobre os protocolos].

Os números por si só já são assustadores, e eles são potencializados por essa falta de norte.” Para Calliari, o alto número de brasileiros que quer reduzir o número de dias letivos na semana é uma reação ao medo que pais e mães têm do retorno precoce das aulas presenciais.”Qualquer opção que reduza os riscos, é essa que o brasileiro vai adotar”, diz.

Ele diz ainda que a porcentagem alta de de pessoas que não têm certeza é sinal da insegurança dos entrevistados. Os números do Brasil contrastam com o de outros países que estão em estágios diferentes da pandemia do novo coronavírus. Austrália, França, Alemanha, Japão e Coreia do Sul já têm ao menos 40% de seus alunos de volta à escola —no Brasil, esse número é de 1%. (Fonte: UOL)