“No final de semana e no feriado não vai ter mais transporte público”, denuncia vereador Ronaldo Silva sobre crise no sistema de ônibus de Petrolina

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Na sessão desta terça-feira (6), na Câmara Municipal de Petrolina, o vereador Ronaldo Silva classificou o sistema de transporte público do município como “calamidade pública” e fez duras críticas ao contrato de concessão firmado entre a prefeitura e a empresa Atlântico, responsável pela operação das linhas de ônibus.

Durante seu discurso, o parlamentar revelou que o número de ônibus em circulação caiu de 84 para apenas 48 veículos, que hoje atendem 22 linhas. Segundo ele, essa redução compromete diretamente o atendimento à população, especialmente nos fins de semana.

“Está aqui. No São Gonçalo, final de semana e no feriado não vai ter mais transporte público. No Residencial Palmares também não vai ter mais transporte público no final de semana. Jardim Amazonas, Cosme Damião, Vale do Grande Rio, Pedra Linda, Vila Eulália, Santa Luzia, Cidade Universitária, Vila Marcelo e Vivendas, Henrique Leite, Carneiros… quem quiser vir final de semana ou no feriado para o centro da cidade ou para o shopping da cidade, vai ter que pegar Uber ou mototáxi, porque não vai existir mais transporte público na nossa cidade. Isso é uma irresponsabilidade muito grande e essa irresponsabilidade que está acontecendo hoje em Petrolina”, afirmou Ronaldo Silva.

O vereador também denunciou que existe um acordo judicial já firmado entre a prefeitura e a empresa Atlântico, que prevê a saída da concessionária do município em até 18 meses. Apesar disso, segundo ele, o município deverá repassar quase R$ 18 milhões à empresa durante esse período.

“E aqui ainda diz o seguinte, no acordo judicial que a prefeitura fez com esta empresa: a empresa recebe onerosidade do contrato. Será que ela não sabia? Ela não tinha um estudo? Ao decorrer do tempo, eles tinham que fazer um estudo de 15 anos para assinar esse contrato, para não prejudicar a população da nossa cidade. Mas infelizmente, eles duvidam disso”, criticou o parlamentar.

Ronaldo ainda acrescentou que o acordo judicial também estabelece que a CLAN Transportes — controladora da Atlântico — não poderá participar do próximo processo licitatório do transporte público da cidade.

“E o município, durante esses 18 meses, vai ter que repassar quase 18 milhões de reais à empresa para prestar esse serviço aqui, mau serviço prestado à população, que no final de semana não vai ter o transporte coletivo da nossa cidade. Toda cidade próspera, toda cidade que cresce todos os dias, como Petrolina, tem que trazer empresas com responsabilidade. Essa empresa mostrou que era irresponsável logo no processo licitatório, onde burlou o seu balanço patrimonial, onde as outras empresas entraram na justiça”, declarou.

A reportagem procurou a Ammpla (Autarquia Municipal de Mobilidade) e a empresa Atlântico para obter um posicionamento sobre as declarações do vereador e sobre a veracidade das informações apresentadas. Até o fechamento desta matéria, não houve retorno.