A Associação dos Moradores e Pequenos Agricultores do Núcleo-04 divulgou uma carta aberta a sociedade cobrando a redução das taxas cobradas pelo Distrito de Irrigação Senador Nilo Coelho (DINC) aos colonos do Maria Tereza. Os produtores afirmam que estão apavorados com o valor cobrado.
Em entrevista ao Programa Nossa Voz, os representantes da associação, Almiro Lopes e Edvaldo Landim, contaram que o valor cobrado é de R$118,00 por 1 hectare e que o dinheiro seria uma reserva para futuras necessidades. “Esse dinheiro não seria para custear nada, mas para guardar e, se em um futuro próximo, se não fosse necessário gastar na agricultura, serviria para comprar máquinas, fazer estradas e pistas”, contou.
Na carta, os moradores questionam a necessidade de cobrar um valor alto para ficar em reserva, já que os produtores contribuem com outros impostos altos. “ Por que tanta opressão e perseguição contra produtores, homens e mulheres, que lutam diariamente para produzir alimentos não só para suas famílias mas para toda a sociedade?”.
No ofício eles afirmaram que ainda estão suportando as adversidades deixadas pela pandemia, sem conseguir ter o retorno da produção. “Prejudicaram a economia do nosso país, trazendo a recessão, aumentando o desemprego, a inflação e a fome, levando à falência de muitos dos nossos”.
Durante a entrevista, Edvaldo Landim contou que os produtores receberam os lotes apenas na pré-desmatação e que eles foram os responsáveis pela edificação das áreas.“Nós estamos lá desde o primeiro dia que foi formado aquele lote, a Codevasf nos entregou apenas feito com uma pré- desmatação. A Codevasf nos dá o direito de explorar, tanto a área irrigável quanto as áreas de sequeiro”, disse.
Edvaldo contou ao programa que a expectativa para reverter a situação está no apoio político. “Estamos pedindo aos políticos para tentar nos ajudar com essa situação”, contou o produtor.
Ele enfatizou que estaria surpreso com a posição do DINC e do sofrimento que os colonos estão passando. “O DINC não é uma prestadora de serviço, ela é, segundo o que eu sei, uma associação representativa dos colonos. […] Nós estamos sofrendo, alguns estão entrando em depressão, muitos já venderam os lotes”, desabafou.
