O ano de 2021 foi marcado por uma forte polarização política. A impressão é que os palanques da eleição de 2018 ainda não foram desarmados. Com a próxima eleição que escolherá o próximo presidente, governadores, senadores e deputados, o Nossa Voz desta sexta-feira (31) não poderia deixar de falar sobre política no Especial “Perspectivas para 2022”.
Neya Gonçalves e Karine Paixão conversaram com o historiador e professor da UPE, Moisés Almeida, a jornalista e doutoranda em ciências da linguagem, Vera Medeiros e o advogado Dácio Martins, especialista em Direito Público Administrativo e Eleitoral sobre a s conjecturas políticas para o próximo ano, seja no cenário nacional e local.
Professor Moisés destacou a tendência à polarização e como estes embates dividem a sociedade. “2022 será um ano decisivo, onde teremos um processo de renovação ou de continuidade de governadores, presidente, senadores e deputados. Será uma eleição bastante marcada pela polarização, que antes era entre PT x PSDB e hoje entre a esquerda e o bolsonarismo. Porém, estes embates não devem dividir a sociedade, quando chega a haver ódio entre as partes. A política não pode ser um lugar onde se estabelece uma relação de ódio, pois uma sociedade dividida é ruim para todos”, argumentou.
Diante da fala de Moisés, Vera Medeiros convidou todos os ouvintes a uma reflexão. “Eu queria dizer para você ouvinte que se brigou com seu pai, com sua mãe, seu irmão, seu melhor amigo por conta de política, nós somos sobreviventes de uma guerra chamada coronavírus. Então temos uma nova oportunidade, portanto, não estrague sua vida se separando de pessoas que lhe são queridas, a gente vê os políticos se unindo, se juntando, enfim, que nós esqueçamos essa polarização”, diz.
O cenário do Governo de Pernambuco também foi discutido no programa. Isso porquê, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, é pré-candidato ao Campo das Princesas. Dr. Dácio avaliou que será um desafio e tanto para o gestor petrolinense alcançar êxito.
“Analisando o estado através de mesorregiões, temos 18% do eleitorado pernambucano nos Sertões; o Agreste tem 25% do eleitorado; a Zona da Mata tem 13% e a Região Metropolitana 43% , portanto, quem decide a eleição é a Região Metropolitana junto com o Agreste, que somam quase 70%, algo em torno de seis milhões de eleitores. O prefeito Miguel, sendo jovem como é, topou um desafio desta magnitude muito cedo. Esse movimento do interior para arrastar a capital não tem uma lógica. Talvez a indefinição de um nome do PSB tenha aberto espaço para Anderson Ferreira, de Jaboatão dos Guararapes e Raquel Lyra, de Caruaru. Então, a gente precisa analisar disto, deste peso”, explica.
Vera concordou que o desafio para o gestor sertanejo era enorme e que a saída da oposição seja unir forças. “O desafio para Miguel é enorme, mas precisamos ver a importância da representação política que ele tem com o Sertão, do ponto de vista de gestão, a capacidade que ele demonstra ter e os movimentos políticos que ele consegue fazer. A junção de Miguel a Anderson e Raquel, que a gente vê que já decidiram caminhar juntos, seria de fortalecimento da oposição em Pernambuco. Para sair das mãos do grupo político que já tem anos nos poder, terão que se unir. Eu defendo sempre a alternância de poder”,pontua.