“Nosso compromisso é garantir a qualidade na formação dos futuros médicos”, diz diretor da Facape após críticas de estudantes

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Alunos divulgaram nota de repúdio contra a gestão, citando falta de organização, planejamento e transparência. Diretor-presidente Moisés Almeida afirma que medidas já estão sendo adotadas, rebate críticas e diz que mantém diálogo aberto.

A direção da Faculdade de Petrolina (Facape) se pronunciou após estudantes do curso de Medicina divulgarem uma nota de repúdio contra a gestão da instituição. No documento, os alunos apontaram falta de organização, ausência de planejamento, carência de transparência nas decisões e prejuízos acadêmicos.

Em entrevista ao programa Nossa Voz, o diretor-presidente da autarquia municipal (CAP), Moisés Almeida, afirmou que providências já estão em andamento e contestou a versão apresentada pelos discentes.

“É importante que a gente participe do programa para esclarecer algumas dúvidas e questionamentos que os alunos realizaram e publicaram nas redes sociais. No dia 14 de maio, recebi dois representantes de turma com um documento solicitando providências. Respondemos no dia 20 e todos os pontos elencados começaram a ser trabalhados desde então”, disse.

Entre as demandas apresentadas pelos estudantes estavam cenários de prática, internato, hospital de simulação, falta de material e realização de concurso público.

Segundo Moisés, a instituição já deu andamento a todas as solicitações.

“O concurso público, por exemplo, estava previsto apenas após dois anos de funcionamento do curso. Mas antecipamos e desde o dia 15 as inscrições já estão abertas. Também realizamos processo seletivo para médicos preceptores, que começam a ser chamados nesta semana para reforçar o atendimento na policlínica da instituição e na policlínica municipal. Isso vai ampliar os cenários de prática para os nossos alunos”, afirmou.

Falta de material

Uma das queixas mais fortes dos alunos foi a falta de insumos básicos. O diretor reconheceu falhas, mas disse que o problema foi pontual e já solucionado.

“Eles relataram falta de materiais. Eu disse: é inadmissível faltar material. Os alunos pagam mensalidade, não pode faltar uma agulha sequer. O que acontecia é que a coordenação e alguns docentes não enviavam as listas de compra. Para resolver, contratei uma pessoa específica para cuidar das aquisições da Medicina. Desde então, não houve mais falta”, destacou.

Moisés acrescentou que criou canais de comunicação direta para evitar falhas.

“Compramos um celular que fica na minha mesa, com um grupo de WhatsApp onde os representantes têm contato direto comigo. Não passa nem pela minha secretária. Esse canal foi criado justamente para evitar desencontros de informação e manter a transparência.”

Nota de repúdio e diálogo com os estudantes

O diretor disse ter sido surpreendido pela publicação da nota de repúdio.

“Na segunda-feira eles fizeram uma manifestação na Facape. Eu respeito, sou democrático, mas fui até lá e convidei para irmos ao auditório. Tivemos reunião com a presença do secretário de Saúde, João Luiz, que reafirmou que os equipamentos públicos estão à disposição do curso. Então, me surpreendeu muito que, em vez de mantermos o diálogo, tenham lançado nota como se nada estivesse sendo feito”, afirmou.

“Na semana passada eles pediram reunião, marquei para quinta-feira, mas depois desmarcaram. De repente sai uma nota de repúdio, como se não houvesse diálogo. Isso não corresponde à realidade. Minha história em Petrolina, na UPE e aqui na Facape sempre foi marcada pelo respeito e portas abertas para os estudantes.”

Internato e convênios com hospitais

Outra queixa dos alunos envolve os cenários de prática e o internato. Moisés afirmou que a implantação segue o cronograma e que já existem negociações avançadas.

“O internato só começa daqui a um ano e meio. Mas já estamos negociando convênios com hospitais privados para garantir as vagas. O Hospital Dom Tomás, por exemplo, terá exclusividade para os nossos alunos, oferecendo uma estrutura completa. Também estamos fechando convênios com outros dois hospitais para ampliar ainda mais as oportunidades de prática.”

Ele destacou que parte do processo envolve a burocracia pública.

Coordenação do curso

A saída da coordenação e vice-coordenação também foi citada na nota de repúdio. Moisés esclareceu que não houve demissão determinada pela gestão.

“O coordenador anterior pediu exoneração. Os alunos indicaram um nome, eu atendi. Esse novo coordenador escolheu uma vice, mas na semana passada as duas entregaram cartas de exoneração. Foram elas que solicitaram, não foi decisão da direção. Talvez tenha havido ruído de comunicação, mas a exoneração partiu delas.”

Apesar das críticas, o diretor afirmou que a Facape segue investindo na estrutura do curso e garantiu que não haverá prejuízo à formação.

“A primeira turma sempre enfrenta dificuldades. Mas nós estamos atentos, trabalhando dia e noite para que todos os pontos sejam corrigidos. O concurso está acontecendo, os novos preceptores estão sendo chamados, convênios estão sendo fechados. Nosso compromisso é garantir qualidade e não haverá prejuízo para a formação dos futuros médicos de Petrolina.”