No Brasil, um homem perde a vida a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, de acordo com dados recentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Essas estatísticas sublinham a relevância do Novembro Azul, uma campanha criada em 2011, com o objetivo de conscientizar a população masculina sobre a importância da prevenção do câncer de próstata. A iniciativa encoraja os homens a realizar exames de próstata regularmente, uma vez que o diagnóstico precoce oferece melhores perspectivas de tratamento.
O câncer de próstata é a segunda principal causa de morte por câncer no Brasil e representa a forma mais comum da doença entre os homens em todo o mundo. No país, estima-se que haverá 71.730 novos casos anualmente no período de 2023-2025, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Essa enfermidade é frequentemente diagnosticada em homens com mais de 50 anos, contribuindo com aproximadamente 29% de todos os casos de câncer.
O médico urologista, Bruno Medrado, salienta que o Novembro Azul tem um escopo mais amplo: “A campanha é uma iniciativa abrangente voltada para a saúde masculina como um todo, não se limitando apenas à próstata. No Brasil, é alarmante o fato de os homens viverem sete anos a menos que as mulheres. Muitos deles só procuram assistência médica quando já estão experimentando sintomas, geralmente após os 40 anos. As principais causas de morte entre os homens são as doenças cardiovasculares, como AVC, infarto e diabetes. No campo urológico, o enfoque recai sobre o câncer de próstata, que é a forma mais comum entre os homens”.
Com isso, o diagnóstico precoce é crucial, pois há uma taxa de cura superior a 90%. No entanto, essa doença costuma ser assintomática nas fases iniciais. “O paciente não sente absolutamente nada, pode ver alguns sintomas pode como dificuldade para urinar. A força do jato urinário está mais reduzido aquele homem que está urinando mais vezes que o habitual, está levantando mais a noite para urinar pode ter sangramento na urina sangramento no esperma, mas o normal é ser completamente assintomático”, explicou o urologista.
O médico enfatiza a necessidade de procurar o urologista desde cedo, mas recomenda o rastreio do câncer de próstata a partir dos 50 anos para a maioria dos homens e a partir dos 45 anos para aqueles com fatores de risco, como histórico familiar da doença ou pertencentes ao grupo de pele negra. “Aos 45 anos seria para quem tem histórico na família de câncer de próstata e homens com a pele negra. A gente sabe que os negros tendem a ter câncer de próstata um pouco mais cedo. Então, se eu tenho um pai com câncer de próstata, eu tenho duas vezes mais chance de ter câncer. Se eu tiver um irmão, minha chance aumenta três vezes. Se eu tenho dois familiares de primeiro grau, esse número aumenta em cinco vezes a chance de ter câncer de próstata”.
Ele destaca a importância do exame de toque retal, que pode detectar até 20% dos casos de câncer de próstata, mesmo quando o PSA não apresenta alterações significativas. A recomendação é realizar ambos os exames, PSA e toque retal, anualmente, como parte da prevenção. “O exame de toque retal é essencial, já que 20% dos câncer de próstata podem não alterar o PSA, podem ser detectados apenas pelo toque retal. Ainda hoje existe muito preconceito, muito machismo e se recusa a fazer esse exame, tem que saber que a gente vai estar podendo deixar passar batido até 20% de câncer de próstata, então a indicação realmente é fazer o exame”, pontuou.
No caso de homens mais velhos com níveis de PSA muito baixos, a chance de desenvolver um câncer de próstata de alto grau ao longo da vida é bastante reduzida. No entanto, ele destaca que a recomendação é realizar tanto o PSA quanto o exame de toque retal para maximizar a detecção precoce da doença. “O PSA junto com o exame do toque retal, os dois juntos têm a chance de deixar passar um diagnóstico, um câncer avançado é de no máximo 8%”, finalizou.