O advogado espanhol Cristóbal Martell passou a integrar nesta terça-feira (24) a defesa do jogador e prepara um recurso que deve ser apresentado ainda nesta terça à Justiça local pedindo que Alves responda pelo caso em liberdade.
Em busca de uma nova estratégia de defesa, o jogador brasileiro Daniel Alves, preso preventivamente na Espanha por uma acusação de estupro em Barcelona, contratou um dos advogados penalistas mais conhecidos do país europeu.
Martell é conhecido por conseguir acordos judiciais e ter defendido casos famosos e midiáticos na Espanha, entre eles:
- O do ex-presidente da Catalunha Jordi Pujol, patriarca da família mais influente da região espanhola que governou por mais de duas décadas, de 1980 a 2003. Pujol foi um dos principais nomes da transição da Espanha para a democracia, mas também é acusado de liderar um dos maiores esquemas de corrupção no país europeu, do qual sua mulher e filhos também são acusados de fazer parte. O processo, que pede pena de 29 anos para Pujol e 92 anos no total para sua família, ainda está em andamento na Audiência Nacional, a corte mais alta da Justiça espanhola;
- O do jogador argentino Lionel Messi, que foi acusado por fraude fiscal quando jogava no Barcelona. Messi acabou condenado a 21 meses de prisão no caso, mas não cumpriu pena por uma brecha na lei espanhola, que permite liberdade a condenados a menos de dois anos de prisão sem antecedentes criminais;
- Os ex-presidentes do Futebol Clube Barcelona, Sandro Rossel e Josep Bartomeu no caso que julgava uma denúncia do Ministério Público espanhol por irregularidades na contratação de Neymar para o clube. Martell conseguiu que ambos fossem inocentados após um acordo com a Promotoria envolvendo o pagamento de multas milionárias.
Um dos grandes desafios de Martell será a nova lei contra a violência sexual aprovada na Espanha no fim do ano passado. Conhecida como “Solo sí es sí” (“Apenas sim quer dizer sim”), a nova medida é focada no consentimento explícito da vítima, o que, neste caso, não foi feita, segundo a acusação.
Pela nova lei, ele poderia pegar até 12 anos de prisão, caso seja confirmado que houve penetração forçada.
Fonte: G1