Número de mortes por covid é quase 3 vezes o oficial, estima OMS

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Um estudo divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta quinta-feira (5) estima que houve aproximadamente 14,9 milhões de mortes causadas direta ou indiretamente pela pandemia de covid-19 ao redor do mundo, número quase 3 vezes maior que os 5,4 milhões de óbitos pela doença contabilizados oficialmente por governos. Essa estimativa, chamada no levantamento de “excesso de mortalidade”, é referente ao período que vai de janeiro de 2020 a dezembro de 2021.

“Esses dados preocupantes não apenas apontam para o impacto da pandemia mas também para a necessidade de todos os países investirem em resilientes sistemas de saúde que possam sustentar serviços de saúde essenciais durante crises”, disse Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, que também ressaltou a importância do fortalecimento dos sistemas de informação ligados à saúde.

No Brasil, a diferença entre os dados oficiais para o período, que apontaram 619.056 óbitos, e a estimativa da OMS, de 681.267 mortes, foi de 62.211. Segundo o levantamento, 84% das mortes que ocorreram ao redor do mundo se concentraram nas Américas, na Europa e no Sudeste Asiático. Além disso, 57% dos óbitos totais foram de homens e 43% de mulheres.

A OMS ressaltou que essa diferença entre os dados do estudo e os números oficiais se dá por fatores como a subnotificação de casos. Além disso, explicou que as mortes indiretas inclusas na estimativa são óbitos causados por outras doenças para as quais as pessoas não tiveram acesso à prevenção e ao tratamento devido à sobrecarga dos sistemas de saúde na pandemia.

O cálculo da estimativa leva em conta a quantidade de mortes esperada para uma população específica e considera o excesso registrado durante a pandemia. Segundo o órgão internacional, o grupo responsável pelo estudo é formado por “muitos dos principais especialistas do mundo, que desenvolveram uma metodologia inovadora para gerar estimativas de mortalidade comparáveis mesmo onde os dados são incompletos ou indisponíveis”.

(Nexo Jornal/FOTO: AMANDA PEROBELLI/REUTERS)