A Câmara de Vereadores de Petrolina viveu mais uma sessão marcada por tensão e embates diretos entre parlamentares. Na manhã desta terça-feira (23), a vereadora Maria Elena, em seu sétimo mandato consecutivo, e o vice-presidente da Casa, Gilberto Melo, protagonizaram novo capítulo de um atrito iniciado na semana passada.
O episódio começou quando Maria Elena rebateu as falas feitas por colegas durante sua ausência no plenário, na sessão do dia 18. Na ocasião, Gilberto Melo, Manoel da Acosap e Gabriel Menezes haviam defendido a postura da mesa diretora frente às críticas da vereadora sobre o processo de inscrição para a defesa de indicações e requerimentos.
“Nunca serei secundária”
Na sessão desta terça, Maria Elena retomou o assunto em tom firme, chamando de “fraqueza” as manifestações feitas em sua ausência. A vereadora reforçou que continuará questionando a forma como a mesa conduz os trabalhos.
“Foi uma fraqueza muito grande aproveitarem a minha ausência para fazerem admoestações incabíveis. Reclamar por tempo, todos nós reclamamos. Agora, a forma de cortar o tempo das pessoas eu vou continuar questionando. Nunca serei secundária nesta Casa. Nós ainda vivemos o grande mal da sociedade ocidental, que é a discriminação de gênero, e dentro dela a violência política”, disparou.
Ela também pediu mais humildade da mesa diretora: “Alguns precisam vestir a sandália da humildade. Não vou admitir bater na mesa como forma de calar colegas. Todos os 23 vereadores merecem respeito.”
“Não vai dar grito aqui”
A fala da vereadora foi rebatida imediatamente por Gilberto Melo, que afirmou não aceitar intimidação. “Pensei que estava resolvido, mas vi que não estava. Aqui todos terão o mesmo tempo de fala, situação ou oposição. Não é porque a senhora tem mais mandatos que vai falar mais que os outros. E não é dando grito ou murro na mesa que vai se impor”, disse.
Gilberto ainda destacou que pretende levar o caso para reunião com a presidência da Casa: “Se houver alguma indiferença, o caminho é o diálogo, não a provocação.”
Clima acirrado e intervenção
O tom da discussão subiu, e em determinado momento Maria Elena se levantou, sendo contida pela vereadora Rosarinha Coelho. O clima só foi amenizado após intervenção do líder da bancada de governo, Diogo Hoffmann, que já aguardava na tribuna. Ele, Rosarinha e o vereador Ronaldo Cancão sugeriram uma reunião interna entre os 23 parlamentares para pacificar os ânimos e evitar novos constrangimentos públicos.