“O mês de julho foi recorde em quantidade de acidentes”, diz Aristóteles Cardona, gerente de atenção à saúde do Hospital Universitário

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Nesta quarta-feira (31), Aristóteles Cardona, gerente de atenção à saúde, forneceu informações detalhadas sobre os investimentos recentes em leitos de UTI e equipamentos hospitalares durante uma entrevista ao programa “Nossa Voz”.

Cardona informou que o hospital reativou seis dos dez leitos de UTI que estavam desativados desde 2016. “Desde que assumimos o hospital, entre abril e maio do ano passado, conseguimos reativar seis leitos em setembro. Para isso, foi necessário recompor a equipe de profissionais de saúde e garantir insumos e medicamentos”, disse. Recentemente, o hospital inaugurou mais dois leitos, totalizando 18 leitos de UTI atualmente em operação.

A reativação desses leitos é considerada crucial para a região, onde a demanda por cuidados intensivos é alta. “Os leitos de UTI são essenciais, especialmente para os casos mais graves. Estamos estudando a possibilidade de ampliar para mais dois leitos, mas esbarramos em limitações físicas do hospital”, explicou Cardona.

Além dos leitos de UTI, o hospital também adquiriu uma nova máquina de radiografia. “Inauguramos uma nova máquina de radiografia, que é uma das mais modernas da região, similar às utilizadas em hospitais de ponta como o Sírio-Libanês em São Paulo”, afirmou Cardona.

Ele destacou que a nova máquina permite exames mais rápidos e de melhor qualidade, o que é essencial para atender a alta demanda por exames de imagem, especialmente para pacientes politraumatizados. “Essa nova máquina tem mais mobilidade, o que é fundamental para realizar exames em pacientes que não podem ser movidos de suas posições.”

Cardona também falou sobre o impacto positivo dessa expansão para os profissionais de saúde. “Quando um paciente chega grave, nossa preocupação é garantir o melhor cuidado possível. A reativação desses leitos de UTI e a aquisição de novos equipamentos ajudam a reduzir a espera por vagas, melhorando significativamente a situação para os pacientes e para os nossos trabalhadores”, ressaltou.

O gerente de atenção à saúde destacou que, apesar da ampliação, a capacidade do hospital ainda enfrenta desafios. “Sempre há uma necessidade e uma dificuldade com relação aos leitos de terapia intensiva, especialmente em nossa região, que tem um limite assistencial significativo. Estamos trabalhando para tentar garantir mais espaço dentro das limitações físicas atuais do hospital.”

Sobre os acidentes de trânsito, Cardona revelou que julho registrou o maior número de acidentes dos últimos anos. “O mês de julho foi recorde em quantidade de acidentes, superando todos os registros anteriores. Estamos preparando um material para conscientizar a população sobre a gravidade dessa situação”, disse.

Segundo os dados apresentados por ele, cerca de 70% dos atendimentos são relacionados a acidentes de trânsito, com 75% desses envolvendo motocicletas.

Em relação ao financiamento do hospital, Cardona explicou que a folha de pagamento dos profissionais é financiada pelo MEC, enquanto os insumos e medicamentos são custeados pelo Ministério da Saúde. Recentemente, o hospital recebeu um aumento no repasse de recursos, o que permitiu a contratação de novos serviços e a compra de equipamentos necessários para cirurgias complexas, como as de coluna.

Cardona também detalhou os esforços para retomar o programa de residência médica em neurocirurgia, suspenso anteriormente. “Essa questão da neurocirurgia tem sido um grande desafio. Em 2023, realizamos três concursos e processos seletivos sem sucesso. Dada a necessidade urgente, tivemos que buscar soluções alternativas, como a contratação direta, apesar das restrições legais. Conseguimos, com o apoio do Ministério da Saúde e de gestores municipais, ampliar os recursos e contratar uma empresa para retomar os serviços de neurocirurgia. Ontem, essa empresa esteve no hospital para as primeiras conversas de implementação. Após a assinatura de contrato, eles têm 10 dias para iniciar os trabalhos, e esperamos que em poucas semanas o serviço de neurocirurgia esteja funcionando plenamente.”

Ele também ressaltou a importância do programa de residência médica. “A retomada do serviço de neurocirurgia permitirá a reativação do programa de residência, que é fundamental para a formação de novos profissionais e para o suporte ao serviço. Estamos muito animados com essa perspectiva e acreditamos que, em breve, poderemos apresentar o documento necessário à Comissão Nacional de Residência Médica.”

O hospital está igualmente empenhado em expandir outros serviços essenciais. “Estamos em processo de compra de todo o material necessário para retomar as cirurgias de coluna, que não são realizadas há muitos anos em nosso hospital. Esse é mais um esforço para garantir que os pacientes não precisem ser transferidos para outras cidades, como Recife ou Salvador.”