Após o incidente no Hospital da Restauração, onde o forro do teto desabou e atingiu os pacientes da unidade de trauma, o deputado estadual Antonio Coelho (União Brasil) defendeu, nesta terça-feira (3), na Assembleia Legislativa de Pernambuco a realização de uma audiência pública para discutir as condições da saúde pública no estado.
Apesar de não ter sido aprovada durante a votação, o deputado junto a bancada de oposição, quer criar uma CPI da saúde pública. Em entrevista ao programa Nossa Voz, Antonio Coelho falou sobre a proposta não ter sido aprovada e da postura da bancada governista diante do problema.
“A audiência pública estaria concentrada no Hospital da Restauração, para que a gente ouvisse os pacientes, familiares e o corpo técnico, que sofrem com condições inapropriadas de trabalho. Simplesmente a postura da bancada governista sem nenhuma concordância, seguiu a postura do Paulo Câmara de não iniciar esse debate democrático”, contou.
Na conversa, Antonio Coelho abordou as falas do pré-candidato ao governo de Pernambuco, Danilo Cabral (PSB), que esteve no programa Nossa Voz, na última segunda-feira (2), afirmando que Miguel Coelho usou verba de orçamento secreto para obras em Petrolina e que estava tentando ocultar o presidente Bolsonaro do seu palanque.
“O orçamento secreto é uma partilha de recursos que foi avalizada tanto pelo Congresso Nacional, quanto pelo Supremo Tribunal Federal, o que não tem nada de secreto nele. O que a gente mais alardeia em Petrolina e em outras regiões é de como somos orgulhosos de viabilizar recursos para a melhoria da pavimentação, construção centro de convenções, ginásios e escolas”, contou o deputado.
Danilo Cabral também ressaltou que Miguel tem uma postura de ingratidão com o presidente. Sobre isso, Antonio Coelho rebateu afirmando que eles sempre tiveram uma relação institucional e respeitosa com Bolsonaro.
“Nós sempre tratamos o presidente bem, assim como seus ministros. Nós temos essa relação institucional, de que ele sempre poderá contar com a força do senador Fernando Bezerra Coelho, com o deputado federal Fernando Filho em pautas que sejam de desenvolvimento do país”, afirmou.
Enquanto prefeito de Petrolina, Miguel Coelho defendia a saída da Compesa à frente administração do abastecimento de água da cidade. Em pronunciamento, na última quarta-feira (27), Coelho mudou discurso e defendeu a manutenção da Compesa com novo modelo de gestão.
Questionado sobre as declarações do ex-prefeito, Antonio disse que é preciso analisar a nova proposta de Miguel. “É importante classificar a proposta, que define uma parceria público-privada na qual a distribuição de água seria feita através da parceria. Nós conseguiríamos levantar recursos expressivos para que pudéssemos avançar”, afirmou.
No gancho, o deputado ainda contestou as críticas de Cabral ao citar que Miguel teria uma possível intenção de privatizar a Compesa em Pernambuco. “Defendemos a privatização da Eletrobrás e da Chesf, para que pudesse ter uma gestão mais eficiente, para que a gente pudesse investir mais. Mas quem polui o rio São Francisco é a própria Compesa, que joga esgoto bruto e não tratado diretamente no rio, ela comete diversos crimes ambientais em Petrolina. É um esforço privatizar com parceria público-privada para ter mais recursos e preservar o rio.
Antonio Coelho ainda rebateu afirmando que o PSB e Danilo Cabral usam discursos ultrapassados para se contrariar. “ O PSB e Danilo Cabral tem muitas contradições, o PSB foi o partido que privatizou a Celpe, Danilo Cabral, por exemplo, votou a favor do impeachment de Dilma, e agora fica se agarrando ao PT para ver se consegue deslanchar sua candidatura, que por sinal está lá atrás. Danilo, enquanto deputado federal, muito ineficaz, ele não conseguiu se reeleger, porque não conseguiu melhorias para a cidade. Danilo gosta de falar da sua atuação da secretaria de educação, mas ele foi o secretário que teve o maior orçamento da educação, o principal parceiro de Paulo Câmara na hora de quebrar aquela promessa de dobrar o salário dos professores. É por isso que o povo não vai querer votar neste governo hepático, doente e que não consegue ter a confiança dos pernambucanos”, disse.