O tabagismo é um problema que segue causando estragos no país e no mundo. Estima-se que mais de 161 mil pessoas morrem por ano em nosso país por conta do cigarro. Além disso, os custos de saúde, diretos e indiretos, chegam a alcançar a casa dos 125 bilhões de reais por ano com as doenças provocadas pelo tabaco. Neste cenário, há um novo inimigo: os dispositivos eletrônicos para fumar, também conhecidos como vape.
Vendidos inicialmente como uma solução contra o tabagismo, tais cigarros eletrônicos têm se mostrado um grande transtorno não só por trazer danos à saúde em geral como por apresentar um crescimento importante do consumo entre os jovens, inclusive abaixo dos 18 anos.
Com relação à saúde, já temos muitas pesquisas que demonstram todo o mal que estes dispositivos podem trazer à saúde. Além da nicotina, há outras substâncias severamente tóxicas presentes na fumaça destes aparelhos. Isso tudo em meio a formatos e sabores que podem passar a falsa sensação de não provocarem mal, como vapes que apresentam sabores de frutas ou até mesmo chiclete.
O problema se aprofunda diante da utilização destes produtos entre jovens. Pesquisa do Ipec Inteligência destacou que em 2021 o consumo de vapes entre a juventude brasileira já superava a marca de 2 milhões, com crescimento bastante acelerado a cada ano.
É importante reforçar que estes produtos possuem comercialização, publicidade, importação e distribuição proibidos em nosso território desde 2009. Em julho de 2022 essas proibições foram reforçadas pela ANVISA, dado o perigo que representam para nossa saúde como um todo.
Infelizmente não parece ser difícil que a população, incluindo os mais jovens, tenham acesso a compra destes cigarros eletrônicos. Até mesmo em aplicativos de entrega aqui em Petrolina é possível encontrar esta opção de compra. Segue em anexo, como exemplo, o print de um destes aplicativos onde está lá, à disposição para venda, um destes vapes no sabor chiclete.
Espero sinceramente que possamos avançar no cuidado à saúde da nossa população e isso começa por maior fiscalização destas vendas. Estamos tratando da saúde de nossos jovens.
Aristóteles Cardona JúniorMédico de Família e professor na Univasf