O voto evangélico nas eleições em Petrolina

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Nos últimos 20 anos, os evangélicos cresceram 228% no Brasil, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Atualmente, sete em cada dez templos religiosos no país são evangélicos, representando 30% da população brasileira. Embora sejam uma minoria, os evangélicos exercem uma influência significativa na política, economia, cultura, formação étnica e transformações sociais no Brasil.

A presença evangélica é notável na música, moda, grandes eventos populares, esportes e jornalismo. Eles têm uma enorme demanda, especialmente nos meios de comunicação, com influenciadores e sites na internet, além das próprias denominações evangélicas presentes nas redes sociais, programas ao vivo e em constante cadeia com rádios e tevês. A presença diária dos evangélicos na mídia brasileira é impressionante.

Em Petrolina, destacam-se a Igreja Evangélica Assembleia de Deus, seguida dos Batistas, Igreja Universal, Verbo da Vida e Adventistas do Sétimo Dia. As eleições de 2024 despertam a atenção de grupos e partidos políticos, que cobiçam o voto evangélico. Utilizando a máquina administrativa da prefeitura, sob o governo Simão Filho, e do Estado, sob o governo Raquel Lyra, os partidos buscam o apoio de pastores e lideranças empresariais, essenciais para definir candidaturas e apoios de forma ostensiva.

Mesmo com a resistência dos fiéis mais ligados racionalmente ao Evangelho de Cristo, manobras e conluios, alianças brancas e formação de grupos dividem os interesses políticos. Políticos profissionais, muitas vezes membros de igrejas, buscam o apoio, oficial ou não, de certos pastores que trabalham nos bastidores.

Alguns ministérios eclesiásticos em Petrolina orientam seus membros a manter uma neutralidade real e total, mas isso não impede o avanço inescrupuloso de partidos, que utilizam o fundo partidário e reuniões clandestinas para atrair o voto dos evangélicos, principalmente nas grandes periferias e perímetros irrigados, onde predomina o clientelismo.