No dia 1º de agosto, completa um ano desde o início das obras da travessia urbana em Juazeiro. Permissionários do arco da ponte e comerciantes locais reclamam da falta de comunicação por parte das autoridades em relação à sinalização, ordenamento e mobilidade urbana. Os transtornos causados incluem queda de clientes e incertezas sobre a realocação dos comerciantes afetados.
Em entrevista ao programa “Nossa Voz”, Jorge Falcão, presidente da Associação Comercial Industrial e Agrícola de Juazeiro (ACIAJ), Murilo Matos, presidente da CDL, e Ricardo Reis, proprietário do Rei do Caldo, discutiram o impacto das obras. Roberto Alcântara, superintendente do DNIT, também participou da entrevista.
Jorge Falcão expressou preocupações sobre a realocação dos permissionários. “A nossa maior preocupação hoje é a questão dos permissionários. A obra vai passar, mas a solução não é apenas a retirada, mas também a relocação para locais viáveis para que possam exercer suas atividades e manter sua renda normalmente. Segundo o DNIT, a partir de setembro começará a retirada dos permissionários do arco da ponte para ampliar a subida da ponte”, afirmou Falcão.
Falcão mencionou uma reunião recente com a prefeitura e o DNIT: “No último dia 19, tivemos uma reunião provocada por nós, das entidades, na sede da ACIAJ. Foi mencionado que haveria um projeto para a Feira Livre no Alto da Maravilha, onde seria construído um novo local para as vans e o embarque e desembarque das pessoas que vêm do interior, abrigando todos os permissionários. O projeto ficou de ser apresentado em reunião no dia 1º de agosto”.
Murilo Matos criticou a falta de clareza e os transtornos causados pelas obras. “Participamos de uma apresentação do projeto, mas não conseguimos entender claramente. A obra começou e causou grandes transtornos, fechando empresas. Em reuniões posteriores, conseguimos que apresentassem o projeto completo e começamos a cobrar melhorias nos desvios. Apesar das dificuldades, conseguimos amenizar um pouco os impactos”, disse Matos.
Matos destacou a necessidade de um cronograma claro para as obras e a comunicação de desvios e fechamentos de vias. “Pedimos que a construtora informasse sobre qualquer desvio ou fechamento de via com antecedência. Contudo, a comunicação tem sido rápida e insuficiente. A questão da iluminação também foi levantada, e estamos aguardando um retorno da prefeitura de Juazeiro”, acrescentou.
Roberto Alcântara, superintendente do DNIT, falou sobre os avanços e desafios das obras. “As obras estão avançando, apesar de eventuais retrocessos devido a questões sociais. Todos os envolvidos – DNIT, associações comerciais e permissionários – estão do mesmo lado no que diz respeito ao avanço das obras. No entanto, há situações que impedem o progresso da maneira que todos gostariam, especialmente para os permissionários. Esperamos ter três viadutos finalizados até dezembro”, afirmou Alcântara.
Alcântara ressaltou a importância de garantir a fluidez do tráfego local durante as obras, especialmente para veículos pesados. “Precisamos garantir a fluidez do tráfego local, mesmo que em horários definidos, para evitar maiores demoras. A rodovia em Sobradinho está passando por reformas, o que não garante um desvio significativo”, explicou.
Ricardo Reis expressou sua preocupação com os prazos. “Desde setembro, sabíamos que seria necessário mexer na área e me antecipei, alugando um ponto em novembro. No entanto, os prazos não foram cumpridos, e a obra continua causando transtornos. Precisamos de uma solução imediata para os permissionários que serão realocados”, disse Reis.
Roberto Alcântara destacou a necessidade de clareza nas comunicações e a organização dos horários para minimizar os transtornos. “Não estamos aqui para causar mais problemas, temos que ter clareza nas ações para que todos possam se programar. Vamos retirar essa banca, e acredito que no final do ano ou início do próximo, não vai demorar. Infelizmente, Juazeiro e Petrolina têm como único meio de acesso a ponte, então estamos organizando para que carros pesados passem após as 22h. Esperamos finalizar o viaduto da Lagoa do Calu até o final do ano.”
Sobre a situação dos comerciantes de Ipiranga, Alcântara afirmou: “Nossa equipe está disponível para dialogar, mas algumas situações não têm solução de engenharia possível, pois podem prejudicar a estrutura para condutores e pedestres. A questão da iluminação é constitucionalmente responsabilidade dos municípios, que cobram a contribuição pública para pagar a fatura. Embora a responsabilidade seja do município, estamos revisando o projeto para incluir iluminação pública em todos os trechos e viadutos. Eventualmente, segmentos não contemplados serão incluídos em uma nova licitação ou revisão de projeto.”
Segundo Roberto Alcântara, a desocupação dos locais é essencial para o avanço das obras. “Precisamos que os espaços estejam desocupados até o dia 31 de novembro para garantir o progresso das obras. A prefeitura apresentou um projeto para realocar os permissionários, e todos aceitaram. O importante é garantir o avanço das obras para o benefício de Juazeiro e região”, concluiu Alcântara.