O ex-prefeito de Petrolina, Odacy Amorim, deixou claro em entrevista ao Nossa Voz desta segunda-feira (27) que não saiu do páreo pelo apoio do governador, Paulo Câmara. E se o também ex-prefeito, Júlio Lóssio, está pavimentando seu caminho com Lucas Ramos, secretário estadual de Ciências, Tecnologia e Inovação; Amorim está buscando o seu caminho com o deputado federal, Gonzaga Patriota.
“Eu tenho conversado com o deputado Gonzaga Patriota sobre as eleições municipais de Petrolina, sobre o quanto é importante o envolvimento dele já que é uma liderança consolidada. Em 2016 eu convidei os deputados Gonzaga e Lucas para um almoço na minha casa. Naquele momento propus uma aliança, queria contar com o apoio deles para prefeito, para que em 2018 um seria o meu (candidatos a deputado) federal e outro meu estadual. Infelizmente não puderam participar da campanha”, relembrou. Nesse pleito, o PSB ainda era o partido de Miguel Coelho, eleito com 38% dos votos válidos.
De acordo com Odacy, o fracasso naquela eleição foi motivado por dois fatores determinantes. “Poderia ter tido segundo turno, mas, infelizmente não houve um empenho, inclusive da prefeitura na época, em facilitar a logística pra que os cidadãos que precisavam fazer a biometria pudessem fechar. Fui o segundo colocado. Tive a ainda a frustração de que ter que disputar, entre os candidatos a prefeito, com o deputado federal que eu apoiei. Tivemos 60 mil votos os dois, se estivéssemos juntos teríamos uma diferença de 260 votos para o atual prefeito”, contabilizou.
Marília Arraes
Questionado se seria contra a candidatura da deputada federal, Marília Arraes, a prefeita do Recife, Amorim demonstrou o contrário. Afinal, caso ela seja eleita, ele assume a vaga na Câmara dos Deputados por ser o primeiro suplente da legenda.
“Eu sou do Partido dos Trabalhadores, primeiro suplente de deputado federal. Andei muito próximo de me eleger. A gente criou expectativa que o partido tivesse 100 mil votos de legenda, mas com uma frustração no Recife, isso caiu para 40 mil. Sobre Marília, sua pré-candidatura, ela está em primeiro lugar nas pesquisas e me coloca a possibilidade de que, se ela for prefeita, se não se concretizar o projeto de administrar Petrolina, eu poderei estar no Congresso”.
Cobrando a fatura
Ainda durante o Nossa Voz, Odacy relembrou seu empenho para a reeleição de Paulo Câmara e agora cobra a fatura do apoio concedido. “Eu tive posições muito claras e é mesma coisa que espero do PSB. Quando chegou em 2018, que tinha candidato de Petrolina que nem colocava a foto com o governador, por causa do desgaste que o governo tinha em Petrolina, eu botei a cara a tapa. Todo o meu material era casado com o governador, também o de Dulcicleide, e nós conseguimos garantir a eleição dele, porque ganhou a eleição no primeiro turno com a diferença de 25 mil votos.
Com essa contagem, o pré-candidato a prefeito garante que seu apoio foi fundamental para a reeleição do gestor em primeiro turno e por isso espera que seu gesto seja retribuído. “Se tivesse 25 mil votos a menos não teria ganhado no primeiro turno. E aqui em Petrolina, garantimos a vitória do governador em primeiro turno. Eu tive mais de 30 mil votos para deputado federal (…). Isso que é construir uma aliança. Abri mão de uma eleição para deputado federal certa, porque se Marília fosse candidata a governadora, eu era deputado federal hoje”.