Odacy nega traição e revela estratégia em apoio a Raquel: “Nós protegemos o palanque de Lula em Pernambuco”

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O candidato a deputado estadual nessas eleições, Odacy Amorim (PT), ao analisar a votação recebida este ano considera ter saído fortalecido no pleito deste ano. Em entrevista ao Nossa Voz de hoje ele considera que, mesmo sem alcançar o objetivo traçado, ele e a esposa, Dulci Amorim (PT), obtiveram uma votação importante, se consolidando como os maiores puxadores de voto do PT em Petrolina. 

A derrota nas urnas, no entanto, esteve atrelada à estratégia de Miguel Coelho (UB), que não declarou voto para presidente da república e conseguiu transitar pelo eleitorado de Lula em Petrolina. “Foi uma eleição muito importante. No primeiro turno infelizmente não deu, ficamos na primeira suplência, a deputada Dulci teve uma votação também muito importante, ficando na terceira suplência. Mas tivemos um impasse aqui no primeiro turno, que foi um candidato a governador da cidade que não decidiu quem era o candidato a presidente dele e isso terminou confundindo o eleitor de Lula e terminou não tendo uma polarização onde seria decidida a minha eleição. Essa eleição acabou desencadeando muitos votos desse campo político para os deputados ligados ao ex-prefeito e a gente enfrentou esse resultado ai”. 

Odacy reforça o argumento com base nos cálculos feitos em cima das votações recebidas. “Tivemos uma votação importante porque fiquei na suplência com mais de 24 mil votos, faltou pouco mais de 4 mil para a gente entrar e tem agora um caminho pela frente. A eleição de Lula no primeiro turno com aquele percentual de votos, aqui em Petrolina, foi de 120 mil votos e no segundo turno cresceu um pouco. Essa junção no primeiro turno confundiu o eleitor de Lula a ponto do ex-prefeito ter tido 7 mil votos a mais do que ele e no segundo turno, ao declarar apoio ao presidente Bolsonaro, não conseguiu transferir esses votos, aumentou cerca de 4 mil votos”. 

Contente com o resultado das eleições nacionais e ele explica o motivo de ter apoiado Raquel Lyra (PSDB) no segundo turno, em Pernambuco. “No Brasil, a gente teve um resultado maravilhoso, foi duro o segundo turno, mas a estratégia que foi montada no Nordeste funcionou. Foram os estados do Nordeste que decidiram. Aqui em Pernambuco, a gente teve uma estratégia importante e ela nos levou a apoiar, inclusive tive uma posição política a nível de governadora, eu, a deputada Dulci [Amorim] e a prefeita Márcia Conrado, de Serra Talhada, o prefeito Luiz Aroldo, de Águas Belas, Marivaldo de Jaqueira,  fomos apoios importantes para impedir um palanque de Bolsonaro em Pernambuco. Porque a nossa presença no palanque da candidata Raquel e hoje governadora, foi importante para neutralizar esse risco que era real”. 

E mais uma vez o ex-deputado recorre aos números para fundamentar sua decisão. “A Raquel teve 1.000.009 votos e Marília, 1.000.175 no primeiro turno, segundo turno, Raquel cresceu para 2.103.000 votos. Se 1.000.100 votos desses votos de Raquel saíssem para Bolsonaro, teria decidido a eleição do Brasil”. 

Para Odacy, Marília Arraes teria errado ao tentar apontar o palanque adversário como bolsonarista no estado. “A gente seguiu uma linha construída dentro do partido, fizemos uma estratégia que funcionou. O você não teve um palanque do presidente Bolsonaro em Pernambuco. Quem era do time de Bolsonaro construiu a estratégia de Bolsonaro. Nós, que éramos do time de Lula, construímos a estratégia de Lula que funcionou. E a estratégia não era carimbar Raquel de bolsonarista, quem estava carimbando Raquel de bolsonarista , sem querer, estava estimulando o eleitor dela a votar em Bolsonaro e poderia ter derrotado o Lula, aqui dentro de Pernambuco. (…) Ela estava focada na eleição dela mais do que na hora de Lula, e eu estava focado na de Lula até porque a minha foi sacrificada”. 

Fidelidade ao partido

Questionado se teria traído o PT, Odacy negou relembrou o convite que recebeu no início deste ano. “Raquel convidou a gente para uma conversa e ela deixou claro que tinha vontade de montar uma chapa para provavelmente só de mulheres. E a ideia era uma chapa de mulheres, ela do do agreste, Priscila seria já da metropolitana e Dulcicleide teria um perfil importante para ser a representação do Sertão. O que que nós fizemos? Avaliamos e conversamos com Raquel. ‘Raquel, muito obrigado pelo convite. Muito obrigado mesmo. A gente é que sabe do seu potencial, foi minha colega, minha contemporânea “, mas Dulcicleide disse a ela: ‘Se você passar para o segundo turno e não tiver definido um presidente contrário a Lula,  eu lhe apoio num segundo turno'”. 

Amorim assegurou ainda que não fez nada isolado ou pelas costas das lideranças do partido. “A gente conversou dentro do partido, e as lideranças importantes do partido, todos são importantes, conversamos com o senador Humberto, conversamos com o presidente do partido e fizemos chegar a ele de que entendíamos que a Dulci ajudou o partido quando ela não saiu do partido. Ela recebeu uma proposta para ir para a majoritária e nós preferimos valorizar o projeto macro, maior, que era o projeto de Lula e não estamos arrependidos por isso, fomos corretos com o partido. No 2 turno tomamos a posição de proteger o palanque de Lula em Pernambuco”, reforçou.