A Operação Navegue Seguro, promovida pela Capitania da Marinha do Brasil em Juazeiro, está em andamento e segue até o dia 15 de março. Sob o tema “Fique Ligado, Você é o Capitão!”, a campanha busca reforçar a conscientização e a fiscalização para garantir práticas seguras de navegação, especialmente no Rio São Francisco, um dos maiores atrativos da região.
O capitão de corveta André Gonzaga, comandante da Capitania em Juazeiro, explicou os objetivos e diferenciais da operação, que substitui a antiga Operação Verão. “O foco é chamar a responsabilidade e o respeito para os condutores de embarcações, com suas atribuições e deveres. Navegar exige respeito às normas e responsabilidade, assim como ao conduzir um carro ou moto”, afirmou.
A operação ganhou destaque após um acidente ocorrido no último sábado, envolvendo uma colisão entre uma lancha e uma moto aquática. Sobre o incidente, o capitão informou: “Foi um choque entre embarcações, felizmente de pequena monta, sem feridos. Já identificamos os envolvidos e iniciamos um inquérito administrativo sobre acidente de navegação. Esse processo tem prazo de até 90 dias para conclusão e poderá ser encaminhado ao Tribunal Marítimo, Justiça Comum ou arquivado.”
O capitão destacou a importância de apurar as causas para evitar novos acidentes: “A condução de embarcações é uma grande responsabilidade. É obrigatório estar habilitado, não consumir bebidas alcoólicas e respeitar as leis de navegação, como não trafegar em alta velocidade próximo a banhistas.”
Sobre as fiscalizações, ele ressaltou que a Marinha realiza abordagens frequentes para verificar documentação, coletes salva-vidas e a adequação das embarcações. “Infelizmente, muitas vezes nossa presença é vista como repressiva, mas nossa intenção é orientar. No entanto, diante das constantes infrações, a fiscalização tem sido intensificada, com multas, apreensões e testes de etilômetro”, explicou.
O aumento da prática de esportes aquáticos, como canoagem e uso de bicicletas aquáticas, também chamou a atenção da Capitania. “Esses dispositivos não motorizados não exigem habilitação, mas fiscalizamos o uso de coletes salva-vidas e as condições dos equipamentos alugados”, disse o capitão.
Ele destacou que a responsabilidade sobre a liberação dessas atividades cabe às prefeituras, mas enfatizou a importância de trabalhar de forma integrada com outros órgãos, como Bombeiros e Ministérios Públicos.
O capitão André Gonzaga reforçou a importância de medidas preventivas para usuários do rio, como evitar afastar-se das margens e utilizar roupas reflexivas ao nadar. “Estamos desenvolvendo uma campanha junto aos Bombeiros para conscientizar nadadores sobre os riscos de atravessar o canal de navegação sem visibilidade adequada”, anunciou.
Além disso, o comandante ressaltou que, apesar das limitações de recursos, a Capitania segue com planejamento e ações coordenadas para garantir a segurança na navegação. “Se tivéssemos mais militares e embarcações, a fiscalização seria diferente, mas o trabalho precisa ser integrado com outros órgãos e focado na conscientização”, concluiu.