Operação Smurfing: quase 40 mulheres eram ‘laranjas’ em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

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Cerca de 40 mulheres estavam envolvidas como laranjas e como donas de empresas de fachadas na operação de tráfico e lavagem de dinheiro descoberta na operação Smurfing. Deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco, a operação é a maior de repressão qualificada realizada pela corporação.

75 mandados de prisão e 45 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, além da realização de bloqueio de ativos financeiros de mais de R$ 1,1 bilhão.

Apenas de veículos, um valor estimado em R$ 11,9 milhões foi apreendido em um total de 98 carros, fora mais de 51 bens de imóveis entre propriedades rurais, comerciais e urbanas, e até mesmo um helicóptero estimado em R$ 5 milhões.

A operação é fruto de uma investigação da Delegacia de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, que desbaratou um grupo de tráfico que atuava no município. Essa operação foi chamada de “Toca” e, através dela e seguindo o caminho do dinheiro, foi possível identificar que as drogas provavelmente vinham do exterior, assim como a sua distribuição para todo o país.

“Como a gente sabe, não se combate o crime organizado, o tráfico de drogas e a violência decorrente do tráfico somente com a apreensão de drogas e com a prisão de traficantes, é necessário um trabalho para que a gente possa asfixiar financeiramente essas organizações criminosas e interromper o fluxo financeiro”, observou o delegado responsável pela operação, Ney Luiz. 

“A partir de prisões e apreensões realizadas em Ipojuca, conseguimos rastrear o caminho do dinheiro e chegar até essas pessoas”, contou.

Ainda de acordo com o delegado, os líderes atuavam e residiam em estados que fazem fronteira com a Bolívia e eram os responsáveis por trazer a droga do país e realizar a distribuição para todo o Brasil. Vários estão presos. O líder cumpre pena em presídio federal após ser transferido de Pernambuco. 

Seguindo o caminho do dinheiro oriundo do tráfico, a investigação chegou àqueles que mais se beneficiam com a atividade, espalhada por todo o Brasil. Entre os alvos, estavam cerca de 40 mulheres e muitos dos homens envolvidos atuavam de dentro dos presídios. 

Quase todos os receptores do dinheiro advindo do tráfico eram empresários. “Eram pessoas que não levantaram qualquer tipo de suspeita porque tinham empresas que mesclavam atividades legais e ilegais. Há uma empresa de barcos grande, bastante conceituada no Paraná, e que recebia dinheiro oriundo do tráfico de drogas em Ipojuca”, destacou o delegado.

Seguindo o caminho do dinheiro oriundo do tráfico, a investigação chegou àqueles que mais se beneficiam com a atividade, espalhada por todo o Brasil. Entre os alvos, estavam cerca de 40 mulheres e muitos dos homens envolvidos atuavam de dentro dos presídios. 

Quase todos os receptores do dinheiro advindo do tráfico eram empresários. “Eram pessoas que não levantaram qualquer tipo de suspeita porque tinham empresas que mesclavam atividades legais e ilegais. Há uma empresa de barcos grande, bastante conceituada no Paraná, e que recebia dinheiro oriundo do tráfico de drogas em Ipojuca”, destacou o delegado.

Veja as cidades onde foram cumpridos os mandados:

Pernambuco: Recife, Petrolina, Cabo de Santo Agostinho, Olinda, Paulista, Limoeiro, Igarassu, Carpina, Abreu e Lima 

Bahia: Juazeiro

Mato Grosso: Campo Grande, Pontes e Lacerda, Comodoro, Cacéres, Várzea Grande, Juina e Cuiabá

Mato Grosso do Sul: Corumbá

Minas Gerais: Santa Luzia

Acre: Rio Branco 

São Paulo: São Paulo

Alagoas: Rio Largo e Maceió

Rio Grande do Norte: Parnamirim e Natal

Goiás: Trindade, Aparecida de Goiânia e Goiânia 

Maranhão: São Luiz e Estreito 

Roraima: Boa Vista

Rondônia: Porto Velho

Amazonas: Manaus

Piauí: Teresina

Paraná: Umuarama.

(Folha PE)