Foto: Reprodução YouTube Grande Rio FM
O programa Nossa Voz desta sexta-feira (09) contou com a participação dos coordenadores da área do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de Juazeiro, Saulo Almeida, e Inailton Junior, respectivamente, para falar sobre as dificuldades para a realização do levantamento dos dados.
Sobre as recusas da população em responder o questionário, Saulo informou que é algo esperado. “Isso já acontece em outras pesquisas, sempre tem uma pequena margem de erro. Na área de Juazeiro nós estamos com um número de recusas que está dentro do esperado, um pouco abaixo de 2% do total de domicílios visitados, mas nós tentamos buscar a reversão das recusas, a gente faz diversas revisitas, seja o próprio recenseador que visitou inicialmente, seja o supervisor dele, que faz uma visita posterior”.
O coordenador do IBGE em Juazeiro reforçou a importância da realização do Censo. “O que nós tentamos com a população é conscientizá-los a receber melhor o recenseador, a prestar as informações corretas, e a acreditar e confiar no trabalho do IBGE, levando em consideração que todas as informações são bastante sigilosas, protegidas por lei federal, se transformarão apenas em dados estatísticos”.
Saulo contou que a recusa se dá muitas vezes por desconhecimento do que é o trabalho do IBGE. “Muitas vezes, a pessoa tem receio de prestar uma informação e aquilo gerar algum tipo de obrigação, ou tirar algum tipo de direito, muitos têm medo de perder algum tipo de benefício, e isso não acontece. Os dados são apenas para fins estatísticos, são utilizados apenas para mostrar a realidade da população”, explicou.
Outra questão discutida durante o programa foi sobre a taxa de pagamento dos recenseadores, levantada pela participação do ouvinte e recenseador João Gilberto Guimarães Sobrinho. Ele perguntou qual é a taxa aplicada em Juazeiro. Saulo explicou que em Juazeiro a taxa é 4 e que muitos recenseadores ficam sem saber o valor que irão receber pela complexidade de variáveis que compõem o cálculo.
“Muitos deles ficam sem saber o valor a receber, sem saber calcular porque realmente se complica um pouco para se passar até uma média por questionário porque cada município tem uma taxa diferente. Existem nove faixas de taxas diferentes para os municípios, isso depende muito do tamanho do município, da dificuldade de deslocamento, da questão de segurança, porque por exemplo, fazer um Censo aqui em Juazeiro e Petrolina é uma coisa, fazer um Censo no meio da Amazônia é outra, varia muito das características da região que esse município está localizado para se definir a taxa, além da questão de localidade, segurança, econômica, uma série de fatores para determinar qual é a taxa que é aplicada em cada questionário nesses municípios. O recenseador recebe por domicílio visitado, questionário aplicado e por pessoa recenseada. Ao final, calculado todos esses pontos, para chegar a produção dele. Muitos deles querem uma média do questionário, saber quanto vão receber, não temos como passar um média específica porque às vezes a visita em uma casa com um morador é um valor, uma casa com cinco moradores é outro, então não tem como a gente aplicar uma média de questionário”, explicou Almeida.
O coordenador de área do Censo de Petrolina, Inaiton Junior, contou que houve mudança de taxa em alguns setores do município. “Aqui em Petrolina a gente tem como taxa padrão a taxa 3, embora eu já tenha ajustado aqui em alguns setores, de mais difícil acesso, mais distante do Centro, por questão de segurança, os recenseadores não querem ir pra lá, então pra gerar uma maior atratividade, alguns setores aqui em Petrolina estão com taxa 4, e alguns com taxa 3”.
Sobre a reivindicação dos recenseadores de Petrolina, Inailton explicou que se reuniu com representantes da categoria. “Eu recebi um grupo de recenseadores, que eram as lideranças deles, conversei o que é que eu podia fazer aqui. Essa questão do aumento para taxa 4 em alguns setores já faz parte desse acordo que eu fiz com eles, inclusive os setores rurais também tiveram as taxas aumentadas. A gente recebeu uma verba extra do IBGE e permitiu com que a gente aumentasse o valor do auxílio locomoção, que eles estavam reclamando um pouco do valor que estava baixo”.
Saulo Almeida atualizou como está a coleta em Juazeiro. “Nós já coletamos cerca de 48 a 50% dos endereços, isso levando em conta endereços residenciais e não residenciais. Nós cadastramos diversos tipos de espécie, não apenas domicílios. Referente à estimativa, nós visitamos 35% dos domicílios em relação à estimativa que nós tínhamos, ou seja, cerca de 35 a 37 mil domicílios nós já visitamos e já coletamos aproximadamente também próximo a 40% da população da população estimada. Nós temos uma população estimada de 220 mil, 219 mil habitantes. Até o momento nós já recenseamos aproximadamente pouco mais de 90 mil”, disse.
Confira a entrevista completa aqui.