Outubro Rosa: diagnóstico precoce aumenta chances de cura e torna tratamento do câncer de mama menos agressivo

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Campanha reforça importância da prevenção e dos exames regulares. Especialista explica como o diagnóstico precoce mudou o cenário da doença e salvou milhares de vidas.

O mês de outubro chega vestido de rosa e traz um lembrete que salva vidas: a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Apesar dos avanços na medicina e do maior acesso aos exames, muitas mulheres ainda descobrem a doença em estágios avançados, quando o tratamento é mais difícil e as chances de cura diminuem.

De acordo com a mastologista Dra. Alanne Louise, detectar o câncer ainda no início pode mudar completamente o rumo da doença.

“Tumores identificados em fase inicial, com menos de 1 centímetro, têm mais de 90% de probabilidade de cura. Além disso, o tratamento costuma ser menos agressivo. Muitas vezes, não há necessidade de quimioterapia e as cirurgias são menores, preservando a mama e reduzindo impactos físicos e emocionais”, explica a médica.

O ideal, reforça a especialista, é que a mulher não espere sentir sintomas para procurar o médico.

“Quando o nódulo é palpável, significa que a lesão já está maior. Por isso, a mamografia é essencial para identificar alterações antes que elas se tornem perceptíveis.”

Mesmo que o foco seja a detecção precoce, alguns sinais não podem ser ignorados. Mudanças na forma ou textura da mama, caroços, vermelhidão, inchaço e secreção com sangue pelo mamilo são alertas importantes.

“Qualquer alteração deve ser avaliada. O autoconhecimento é o primeiro passo, mas os exames de imagem são os olhos da prevenção”, ressalta Dra. Alanne.

A recomendação é que todas as mulheres a partir dos 40 anos façam o exame anualmente, tanto na rede privada quanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) — que recentemente atualizou suas diretrizes para incluir essa faixa etária. Mulheres com histórico familiar da doença precisam de acompanhamento mais precoce e detalhado.

“Pacientes que têm mãe, irmã ou filha com câncer de mama devem iniciar o rastreamento antes dos 40. Nesses casos, a ultrassonografia ou a ressonância magnética podem ser indicadas como exames complementares”, explica a médica.

Nos últimos anos, um dado tem chamado atenção: o crescimento dos diagnósticos entre mulheres com menos de 50 anos.
Entre 2013 e 2024, o SUS registrou um aumento de 284% nesses casos.

O motivo, segundo especialistas, está relacionado a uma combinação de fatores — desde a melhor identificação dos tumores até mudanças no estilo de vida. A obesidade, o tabagismo, o consumo de álcool e a maternidade tardia são alguns dos hábitos que podem aumentar o risco.

“Antigamente, as mulheres tinham mais filhos e amamentavam por mais tempo, o que reduz a exposição hormonal. Hoje, o ritmo de vida é diferente, e isso impacta diretamente no corpo feminino”, comenta a mastologista.

A boa notícia é que a medicina avançou — e muito. Em apenas uma década, o tratamento do câncer de mama se tornou mais moderno, eficaz e humanizado. Hoje, existem medicamentos de alta precisão, cirurgias conservadoras e reconstruções mamárias que devolvem autoestima e qualidade de vida às pacientes.

“Há 10 anos, o diagnóstico de câncer de mama era quase uma sentença. Hoje, é uma batalha com grandes chances de vitória. A ciência evoluiu e trouxe mais esperança”, afirma Dra. Alanne.

“Prevenção é amor-próprio. Escolha um mês do ano para marcar sua mamografia e mantenha esse compromisso com você mesma. Quanto antes o diagnóstico vier, maiores são as chances de cura e de um tratamento leve”, orienta a médica.