Papa determina que cardeais e altos funcionários do Vaticano passem a pagar aluguel

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O Papa Francisco decidiu eliminar o aluguel gratuito para os cardeais e os aluguéis subsidiados para outros altos funcionários do Vaticano, dizendo que eles também devem contribuir para a redução de custos.

As novas regras foram resumidas em uma nota escrita por Maximino Caballero Ledo, um espanhol que chefia o Ministério das Finanças do Vaticano. Eles surgiram de uma reunião que ele teve com o papa no mês passado.

Um alto funcionário do Vaticano confirmou seu conteúdo à Reuters na terça-feira (28).

Até agora, os cardeais que moram em apartamentos pertencentes ao Vaticano, seja dentro da cidade-estado ou nos arredores de Roma, viviam sem pagar aluguel. Eles pagam por seus serviços públicos e despesas relacionadas ao pessoal.

Alguns dos cardeais estão aposentados e recebendo pensões.

Bispos e outros administradores do Vaticano atualmente pagam aluguéis subsidiados. As novas regras se aplicam aos níveis de gerenciamento sênior do clero e leigos, como presidentes e funcionários de segundo e terceiro escalão nos departamentos do Vaticano.

Não havia nenhuma indicação na nota de que os funcionários de nível inferior do Vaticano veriam seus benefícios cortados. Alguns deles pagam aluguéis abaixo do mercado em apartamentos do Vaticano em Roma.

A nota de Caballero Ledo, conhecida como rescrito, diz que o papa decidiu que os funcionários devem “fazer um sacrifício extraordinário” para aumentar os fluxos de renda e garantir que o máximo de dinheiro possível seja destinado à missão da Igreja.

Ele disse que Francisco revogou todos os subsídios anteriores e que os apartamentos do próprio Vaticano devem ser alugados para altos funcionários com as mesmas taxas aplicadas aos locatários sem conexão com o Vaticano.

Não ficou claro como os novos aluguéis serão calculados, principalmente para apartamentos dentro dos muros do Vaticano, onde os prédios têm séculos de idade e alguns são decorados com afrescos.

Todas as exceções às novas regras teriam que ser aprovadas pessoalmente pelo papa, disse a nota.

Dois importantes prelados do Vaticano, falando à Reuters sob condição de anonimato, disseram estar intrigados com as novas regras, principalmente porque muitos bispos e padres que trabalham no Vaticano recebem salários mais baixos do que alguns de seus colegas em outros países.

Dois anos atrás, Francisco ordenou aos cardeais que fizessem um corte salarial de 10% e reduziu os salários de outros clérigos que trabalham no Vaticano para salvar empregos de funcionários, já que a pandemia de coronavírus atingiu a receita da Santa Sé.

Essa disposição também visava funcionários de alto escalão e não afetava a maioria dos funcionários do Vaticano. (Fonte: CNN) (Foto: Reprodução)