O Papa Francisco autorizou o decreto de beatificação do padre italiano Nazareno Lanciotti, missionário assassinado no Brasil em 2001. Reconhecido como mártir pela Igreja Católica, o religioso será beatificado por ter entregado a vida em defesa dos mais pobres e na luta contra injustiças sociais.
Padre Nazareno foi morto após ser baleado no pescoço por criminosos encapuzados, enquanto jantava com colaboradores em sua casa, no município de Jauru, no estado do Mato Grosso. O ataque ocorreu em 11 de fevereiro, e ele faleceu onze dias depois, aos 61 anos.
Natural de Roma, Nazareno Lanciotti nasceu em 3 de março de 1940 e foi ordenado sacerdote em 1966. Após atuar na capital italiana, conheceu a Operação Mato Grosso — um projeto de apoio às comunidades carentes no Brasil — e se mudou para o país em 1971. Em mais de três décadas de missão na região fronteiriça com a Bolívia, ele fundou a Paróquia Nossa Senhora do Pilar, criou 57 comunidades eclesiais rurais, implantou a adoração eucarística diária, fundou um hospital e criou uma casa de repouso para idosos.
A atuação pastoral de padre Nazareno ficou marcada pelo forte engajamento social. Ele denunciava com frequência crimes como tráfico de drogas, prostituição e outras formas de exploração humana. Essa postura, segundo o Vaticano, contribuiu para que fosse morto “em ódio à fé”, condição reconhecida para a beatificação como mártir.
Além de seu trabalho nas comunidades locais, o missionário também foi nomeado, em 1987, diretor nacional do Movimento Sacerdotal Mariano no Brasil, promovendo encontros de oração e aprofundamento espiritual em diversas regiões do país.
Com a beatificação autorizada, padre Nazareno Lanciotti se torna um exemplo de fé e resistência para a Igreja, destacando-se por sua vida dedicada aos mais pobres e sua coragem diante das ameaças e da violência. A cerimônia de beatificação ainda terá data e local definidos pelo Vaticano.
