Para consultor, crise política é fruto da resistência de setores agonizantes: “É o poder mudando de mão”

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(Foto: Reprodução)

Em tempos de pandemia e quedas históricas em diversos setores econômicos do Brasil, a agricultura, além de manter-se em crescente produtividade está se consolidando como a mola propulsora para a economia no país. É o que analisa o consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo, Stephen Kanitz. Em um artigo publicado no site Notícias Agrícolas, ele faz um panorama histórico da falta de investimentos dos governos de esquerda no setor e comemora a retomada da atenção ao agronegócio.

“Essa súbita polarização na política, que deve estar assustando muitos dos meus seguidores, na realidade é simplesmente um fim de ciclo. O poder reinante nesse país nos últimos 25 anos está sucumbindo, lutando com todos os seus meios para impedir o inevitável. Usam jogo sujo sim, mas é por puro desespero. Quem está perdendo miseravelmente é a indústria, os sindicatos, os partidos desses trabalhadores chão de fábrica, as grandes cidades, os industriais cada vez mais falidos e subsidiados. Quem está crescendo e ganhando é a Agricultura”, destacou.

Segundo Kanitz, a agricultura representa hoje 25% do PIB nacional, resultado celebrado pelo setor que amargou o índice de 10% anos atrás. “O agronegócio, que incorpora as indústrias que a fornecem como mineração de fertilizantes, a indústria de tratores, os bancos, as seguradoras, as transportadoras, passa a ser 40% do PIB, tranquilo. Ter 40% do PIB significa dinheiro, crescimento, poupança, prosperidade. Significa crescente poder político, que ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, o setor agrícola não tinha comensurável a esses 40%”, detalhou o consultor que também apontou a agricultura como responsável pela geração de exportações e superávit no câmbio. “[Agricultura] foi sempre a indústria que importava máquinas estrangeiras”.

Porém, apesar dos números sempre positivos, foi do setor industrial a maior atenção. Mas isso agora está mudando, de acordo com a análise feita pelo especialista. “A Indústria sempre foi muito mais forte do que a Agricultura, mas agora ela definha, não apresenta lucros, não tem mais poder financeiro. Isso explica as alianças desesperadas, como a do Paulo Scaf com Partido Socialista, da Globo com o Psol, da Folha com o PT, do Abílio com a Dilma. Desespero total. Foi sempre a Indústria que indicava os Ministros da Fazenda, normalmente economistas ligados a Fiesp como Delfim Neto e Dilson Funaro, por exemplo. Foi esse total descaso pela nossa Agricultura que resultou no enorme êxodo rural, que tanto empobreceu esse país e fortaleceu esses partidos de esquerda”, lamentou, ainda revelando que “45% de nossa população teve que deixar a agricultura, abandonada que foi pelos Ministros da Fazenda”.

Ainda de acordo Kanitz hoje o setor industrial apresenta apenas 14,5% do PIB nacional. “Em 40 anos passa de 45% do PIB para 14,5%. Que reviravolta. Essa atual crise política no fundo é a crise da indústria e das famílias ricas desesperadas, empobrecidas mas ainda com certo poder político. É a crise dos sindicatos trabalhistas que viviam dessas contribuições sindicais. Perderam poder econômico e percebem que estão perdendo o político, da qual nunca mais se recuperarão a curto prazo. Quem acha o contrário que pense nos números”, aconselhou. “Os números que apontei são inquestionáveis e só tendem a crescer”.

Por fim, em sua publicação Stephen Kanitz comemora a vitória de representantes do agronegócio em vários estados brasileiros e comemora o que considera acertos da gestão Bolsonaro. “A Agricultura, justamente por ter sido esquecida, venceu a Presidência em 15 Estados. Ronaldo Caiado, representante eterno dos agricultores, vence em Goiás. As grandes cidades foram contra, elegendo Doria e Witzel. ‘Bolsonaro é quase unanimidade no setor’, disse Bartolomeu Braz Pereira, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja). Bolsonaro foi eleito não pelos liberais nem pelos conservadores das grandes cidades, que hoje se sentem enganados e só falam mal dele. Bolsonaro foi eleito pelo seu apoio aos anseios da Agricultura. Que com esse sucesso da Agricultura em 2020 só irá crescer”, previu o consultor.

“Com o Covid, haverá uma fuga das cidades para o campo, dos apartamentos para casas, dos escritórios para o Zoom. E em mais 4 ou 5 anos, a Agricultura terá o poder político que merece, elegerá quem quiser, com ou sem Bolsonaro em 2022. O poder da esquerda e da indústria vinham ultimamente pelo saque ao Estado, vide o mensalão e o petrolão. E todos sabemos que no Brasil dinheiro é poder político”.

Eleição

Indo além do setor econômico, Kanitz analisa os dados da eleição de 2018 e sacramenta que “quem elegerá os nossos Presidentes em 2022, 2026, 2039 será a bancada agrícola, não a bancada industrial quebrada e falida”. “A tese que Bolsonaro não foi eleito mas que foi Haddad que foi rejeitado, não se sustenta numericamente. Haddad tinha 41% de rejeição contra 40% de Bolsonaro. Ou seja, a diferença é de somente 1%. Não são Bolsonaro e seus filhos que são a grande ameaça à esquerda, como a imprensa e o Supremo acham. É a Agricultura. E ninguém dará um golpe nela”.

Por fim, ele destaca a atuação dos ministros do Meio Ambiente Ricardo Salles e da Agricultura, Tereza Cristina e reforça suas convicções. “Será o constante crescimento do Comunitarismo da pequena cidade daqui para a frente, em detrimento da Esquerda das grandes cidades. É o crescimento do interior Comunitário e Solidário, do Brasil e menos Brasília. Um mais Brasil administrável, em detrimento das grandes cidades frias, solitárias, sem compaixão que alimentou os votos da esquerda. Não é o Liberalismo e a Direita que são a grande ameaça para a esquerda, como a imprensa e o Supremo acham. É a Agricultura. Uma batalha que ela já ganhou, mas poucos perceberam”, finalizou.