Para a ex-vereadora de Petrolina, Cristina Costa (PT) o posicionamento de alguns políticos nestas eleições deverá ser explicado ao eleitorado pernambucano. Ao relembrar a trajetória de apoio do Partido dos Trabalhadores no estado, que optou por apoiar Marília Arraes (SD) no segundo turno após um primeiro turno “tumultuado”, Costa lamentou que a legenda não tenha sustentado uma candidatura própria ao governo do estado.
” No primeiro turno, o PT deliberou uma aliança com o PSB e houve muito desgaste, muito atrito, muita perseguição a vários trabalhadores, a vários militantes petistas que não aceitavam esse posicionamento. Porque o PT precisa fazer essa discussão. Hoje nós poderíamos estar, com certeza, com o governo do Estado, se tivéssemos feito uma discussão lá atrás, de ouvir os diretórios municipais. Eu como vice-presidente, participando de todas as discussões, coloquei que era preciso que a estadual saísse para ouvir o posicionamento dos diretórios municipais. E infelizmente não houve e o resultado foi essa divisão”.
Já no segundo turno, esse foi o caminho natural, inclusive chancelado pelo candidato à presidência da república. “Lula disse: ‘quem me apoia, quem está no palanque com Marília Arraes está no meu palanque’. Isso foi claro”, apontou Costa.
E nesse contexto, veio o apoio do ex-deputado Odacy Amorim (PT) e da deputada estadual Dulci Amorim (PT) à Raquel Lyra (PSDB). Segundo Cristina, o argumento na época era seguir a decisão de Dulci em retribuição ao gesto feito por ela em 2018. “A posição do companheiro Odacy, eu lembro muito bem porque estava na reunião, ele colocava que ia seguir o posicionamento da esposa. Até porque ela tinha mandato até 31 de dezembro e ela respeitou quando há quatro anos, ele concluiu também o mandato, ela respeitou o posicionamento dele e ele iria respeitar o posicionamento dela. Então, não houve discussão dentro do diretório municipal”.
A decisão deles não surpreendeu a ex-vereadora. “Pegou muita gente de surpresa, para mim não. Eu respeito, sei qual é o histórico do companheiro Odacy e respeito. Sei quando Odacy veio para dentro do PT, quando [Isabel] Cristina nos chamou, enquanto liderança, pedindo a oportunidade de recebê-los. Sei como faz a atuação dentro do Partido dos Trabalhadores. Então foi uma posição dele. Muita gente nos questionou, a imprensa nos procurou, mas não era momento da gente estar julgando. Quem vai julgar são os eleitores dele e dela, da deputada Dulcicleide”, apontou, reforçando que o PT não punirá aqueles que acompanharam a orientação da legenda em apoiar Marília.
“Eu não iria, meu posicionamento, eu não iria, minha linha sempre foi a do PT. Até porque estava um conjunto de forças ali onde tinha Miguel Coelho, Guilherme Coelho, Lucas Ramos, você pode ter certeza, você tem o mandato ainda, Gonzaga Patriota, deputado federal até 31 de dezembro, Lucas Ramos, deputado estadual até 31 de dezembro, Dulcicleide Amorim deputada estadual até 31 de dezembro, Fernando Bezerra até 31 de dezembro, Miguel Coelho que saiu, Simão Amorim que é o prefeito de Petrolina e aí você teve essas forças todas apoiando Raquel Lyra e você pode ter certeza, qual foi o resultado dessa eleição, quem apoiou Marília aqui? Nós que não tínhamos mandato, o companheiro Julinho que também não tinha mandato, o vereador Gilmar, o próprio diretório municipal de Petrolina que tomou esse posicionamento e vocês estão numa briga que não foi fácil. E olhe o resultado”, celebrou. Neste segundo turno, Raquel Lyra teve 89.757 contra 84.554 obtidos por Marília Arraes.