Paulo Afonso critica maioria situacionista na Casa Plínio Amorim e opina: “Petrolina cresceu e a Câmara diminuiu”

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Numa avaliação sobre a atual legislatura da Câmara Municipal de Petrolina, o ex-vereador da cidade, Paulo Afonso, classificou como mediano o desempenho dos parlamentares locais. Em entrevista ao Nossa Voz, Paulo Afonso inicialmente considerou excessivos os gastos com a reforma da Casa Plínio Amorim, mas foi o nível dos debates sobre os problemas da cidade que onde o ex-vereador apontou as maiores falhas. 

“São necessárias algumas correções. Eu vejo muito exagero em algumas coisas. Ultimamente, eu ouço falar sobre uma reforma de valor muito alto. Eu não sei se houve um acompanhamento, isso poderia ser feito por um valor bem menor. Acho que há muitas regalias. Petrolina cresceu e a Câmara diminuiu, não em quantidade de vereadores, isso aumentou, mas a discussão política em favor da cidade diminuiu. A cidade inteira diz que já tivemos um tempo melhor deste debate e existe a necessidade da Câmara produzir mais. Eu não quero generalizar, lá tem bons vereadores, entretanto, há uns que precisam ter as vagas renovadas para que a Petrolina possa ter um Poder Legislativo mais autêntico, com discussões em favor da população e não sobre os interesses próprios, como temos visto”, ponderou. 

Ter a maioria dos vereadores na base de situação também limita os resultados positivos para a população, segundo Paulo Afonso. “Trata-se de um grupo, o presidente não pode consertar tudo, mas existem coisas que a mesa diretora pode corrigir. Então, é preciso realmente de uma melhora em tudo, da mesa diretora e do restante dos vereadores. Se você coloca uma carga num animal, o peso precisa estar equilibrado. O que eu acho que vem ocorrendo hoje? O povo de Petrolina fez uma bancada de situação muito grande, não fiz as contas, mas acho que 80% dos vereadores são da situação. Como há essa ampla maioria, o Executivo se sente muito tranquilo para aprovar tudo. Isso dificulta a discussão. Se fosse mais equilibrado, meio a meio, a bancada de oposição teria força para corrigir muita coisa”. 

Paulo Afonso ainda complementou alegando que muitos dos parlamentares votam para assegurar os cargos indicados na gestão municipal, “Os vereadores de situação têm os cargos na Câmara, se derem os votos contrários perdem os cargos. Se é da situação, votou [contra] perde cargo na Prefeitura”. 

O ex-vereador por cinco mandatos finalizou sua análise comparando a composição atual da Casa Plínio Amorim com suas legislaturas. “Nós tínhamos um debate político, onde a gente discutia melhor e não era essa situação que está aí hoje. Você ouviu falar de algum projeto que foi reprovado na Câmara, de autoria do Executivo? Ele tem 80% dos votos. Eu soube de casos em que o vereador votou, fez algumas ‘besteiras’ e acabou perdendo cargos. Não me pergunte quem foi que não vou dizer”, delimitou.