O deputado federal Pedro Campos (PSB) está em Petrolina desde ontem e participou, ao vivo, nesta quinta-feira (19), de entrevista na Rádio Grande Rio FM. Líder do PSB na Câmara dos Deputados e em seu primeiro mandato, Pedro tem ganhado destaque nacional por projetos voltados à justiça social, segurança cidadã e políticas públicas inclusivas. Durante a conversa, ele falou sobre sua passagem pelo São João da cidade, comentou pautas legislativas e também sobre os bastidores da política estadual.
Impressão do São João de Petrolina
Logo no início, o deputado agradeceu à emissora e destacou a relevância do São João para a cidade.
“A impressão foi a melhor possível. O São João de Petrolina tem se consolidado como um dos grandes eventos culturais do Brasil. Conversamos com o prefeito Simão e com o deputado Antônio Coelho. Os hotéis estão lotados, e gente de mais de 100 municípios de vários estados veio pra cá. Isso fortalece não só a cultura, mas a economia da cidade”, afirmou.
COMPAZ nacionalizado: uma política de Estado para além da repressão
Pedro explicou o projeto de nacionalização do COMPAZ (Centro Comunitário da Paz), modelo premiado pela ONU e nascido no Recife, que une cidadania e prevenção da violência.
“A ideia surgiu inspirada nas bibliotecas comunitárias da Colômbia, implementadas em áreas antes dominadas pelo narcotráfico. O Recife adaptou esse modelo e, agora, conseguimos aprovar na Câmara um projeto de lei que formaliza diretrizes nacionais para essas estruturas”, detalhou.
Com apoio de diversas bancadas, inclusive da segurança pública, o projeto foi relatado por Lucas Ramos (PSB-PE) e aprovado com ampla maioria.
“Agora, nossa luta é aprovar no Senado e garantir os recursos, independentemente do governo. A ideia é que cada localidade possa adaptar os centros à sua realidade. Aqui pode ter forró, no Pará, carimbó. O importante é ter cultura, esporte, assistência social e o Estado presente no território.”
CNH para entregadores: inclusão produtiva com recursos de multas
Outro projeto do deputado propõe o uso de recursos arrecadados com multas de trânsito para financiar CNHs de pessoas em situação de vulnerabilidade, com prioridade para entregadores que utilizam bicicleta.
“A primeira parte, que já foi aprovada, permite usar essas multas para programas como a CNH Popular. A segunda parte quer garantir que esses programas priorizem os jovens que trabalham pedalando mais de 50km por dia. Para eles, sair da bicicleta e ir pra moto dobra a renda. Mas a maior barreira é pagar os R$ 2 mil da habilitação. Isso muda vidas”, destacou.
Atuação à frente da liderança do PSB
Como líder do PSB na Câmara, Pedro Campos enfatizou o papel de articulação e fortalecimento das pautas sociais e regionais.
“Nosso partido acredita no desenvolvimento com inclusão. Conquistamos espaços estratégicos como a relatoria do Plano Nacional de Educação com Tábata Amaral, e temos impulsionado projetos na saúde mental, segurança e educação.”
CPMI do INSS: investigação deve seguir com PF e CGU
O parlamentar também comentou sobre sua posição contrária à CPMI do INSS, defendendo a continuidade da apuração com a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União.
“A CGU começou a apontar os problemas em 2023. A PF agiu e hoje os descontos estão suspensos. Mais de R$ 2,7 bilhões em bens foram bloqueados das associações. O Estado vai ressarcir os aposentados e depois cobrar das associações. A CPMI pode atrapalhar esse processo. Não vejo como o Congresso, onde há vínculos com várias dessas entidades, possa ser mais eficiente que PF e CGU”, argumentou.
João Campos governador? “É o povo quem tem falado”
Questionado sobre a possível candidatura do irmão João Campos (prefeito do Recife) ao Governo de Pernambuco, Pedro disse que o nome tem surgido com força devido à boa gestão e à decepção com a atual governadora Raquel Lyra (PSDB).
“João foi reeleito com 78% dos votos. Tem trabalhado e feito uma gestão reconhecida. A população está lembrando dele como alternativa porque há uma frustração com a gestão atual. Mas qualquer decisão será tomada ouvindo o povo, os aliados e no momento certo.”
Frente Popular e Senado: alianças em construção
O deputado também falou sobre os bastidores da formação de alianças para 2026, mencionando a possibilidade de união com o União Brasil e o PP, mesmo com adversários históricos em lados opostos, como Miguel Coelho e Eduardo da Fonte.
“Temos relação histórica com vários desses nomes. Miguel e Fernando Coelho participaram de governos do meu pai. Dudu da Fonte esteve em todos os governos do PSB. Nada impede que estejam juntos em um projeto de oposição à Raquel. Isso vai depender das direções nacionais e do desejo local.”
Sobre a disputa para o Senado, Pedro afirmou que o projeto precisa nascer de um entendimento comum.
“Primeiro se discute o projeto político. Depois, quem ocupa quais espaços. Não pode ser só sobre cargos. Tem que ser sobre reconstruir o protagonismo de Pernambuco, que vem sendo perdido nos últimos anos.”