Pernambuco cria comitê para monitorar casos do superfungo Candida auris

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Com três pacientes detectados com o fungo Candida auris em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) criou, nesta quinta-feira (25), um comitê técnico para acompanhar as implicações do tema e agir de forma integrada contra o fungo, que é motivo de alerta em todo o mundo.

O grupo é formado por membros da Vigilância em Saúde e Atenção Primária (SEVSAP), de Atenção à Saúde (SEAS), de Regulação em Saúde, além do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco (CIEVS-PE), da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (APEVISA), do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PE) e ainda por especialistas da área da infectologia.

O comitê tem como objetivo a identificação, prevenção e controle de infecções por Candida auris em serviços de saúde de Pernambuco.

A secretária da Saúde em Pernambuco, Zilda Cavalcanti, explicou que a pasta tem atuado preventivamente, monitorando todas as suspeitas do fungo. “Decidimos criar um comitê com várias entidades científicas para acompanhar cada caso de perto, com todas as particularidades. A Secretaria está empenhada em garantir que a população esteja segura e está vigilante para evitar novos casos”, disse.

Casos

A Candida auris é um fungo emergente, surgido no Japão, em 2008, que tem levado preocupação aos sistemas de saúde do mundo todo. Ela não é novidade em Pernambuco. Entre dezembro de 2021 e setembro de 2022, o estado registrou 47 casos – 46 colonizados e um infectado pelo fungo, atendidos no Hospital da Restauração. Após o episódio, há oito meses a Secretaria monitora a unidade, que não apresentou mais casos de colonização nas suas dependências e nos seus pacientes. Além disso, não houve morte associada ao fungo.

Nos últimos dias, aconteceram as duas primeiras confirmações laboratoriais de casos para Candida auris, em pacientes internados nos hospitais Miguel Arraes (11), no Paulista, e Tricentenário (14), localizado em Olinda. Ambos são do sexo masculino, com idades de 48 e 77 anos, respectivamente.

Eles foram internados nessas unidades por outras motivações, não apresentando repercussões clínicas decorrentes desse diagnóstico.

O terceiro paciente, acompanhado em hospital privado do Recife, é um homem de 66 anos, que teve o diagnóstico em 22 de maio.

Desde então, a Secretaria trabalha no bloqueio e no controle da propagação da Candida auris. Nos setores onde os pacientes estão internados foi estabelecida imediata intensificação das ações de limpeza e desinfecção de ambientes. Para detecção de possíveis novos casos, continuam a busca e a investigação diagnóstica de todos os contactantes que coabitaram os espaços de internamento com os doentes.

Candida auris

O mecanismo de transmissão da Candida auris dentro dos serviços de saúde ainda não é totalmente conhecido. No entanto, evidências iniciais sugerem que ela se dissemina por contato dos internados com superfícies ou equipamentos contaminados de quartos de pacientes colonizados ou infectados. Por isso, é fundamental reforçar as medidas de prevenção e controle, com ênfase na higiene das mãos e limpeza e desinfecção do ambiente e equipamentos. (Folha PE)