Pernambuco é o estado com menor percentual de pessoas testadas para Covid-19, diz pesquisas

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(Foto: Reprodução)

De acordo com a última pesquisa do PNAD Covid, que faz parte das Estatísticas Experimentais do IBGE e conta com apoio do Ministério da Saúde, Pernambuco apresenta a menor porcentagem de todos os estados do país quando o assunto é testagem da Covid-19. Segundo o levantamento, apenas 394 mil pessoas, ou 4,1% da população, fez algum teste para detectar Covid-19 do início da pandemia até o mês de julho. Destas, pelo menos 92 mil, ou seja, aproximadamente 1% da população do estado, tiveram resultado positivo. No Brasil, 6,3% das pessoas fizeram teste para detectar o vírus.

Os que realizaram os testes, em sua grande parte, tinham maior nível de instrução. Estima-se que 35,4% têm ensino médio completo ou superior incompleto, seguidos por pernambucanos com superior completo ou pós-graduação (31%), por quem não tem instrução ou possui o ensino fundamental completo (23,1%) e por quem tem fundamental completo e médio incompleto (10,5%). Dos que testaram positivo, o maior percentual é o de pessoas com ensino superior completo (33,5%), acompanhado de perto por quem tem o ensino médio completo ou superior incompleto (32,7%).

Sobre a faixa de renda das pessoas testadas, 32% delas ganham de meio a menos de um salário mínimo, seguidos por pessoas com rendimento entre um e dois salários mínimos (26,2%), menos de meio salário mínimo (19,4%), dois a quatro salários mínimos (12,9%) e mais de quatro salários mínimos (9,5%). Das quase 400 mil pessoas que afirmaram ter feito o teste, 58,6%, ou seja, 231 mil pessoas, se identifica como preta ou parda. Eles também são 60,8% dos 92 mil infectados, totalizando 56 mil pessoas.Os brancos, por sua vez, totalizam 156 mil testados e 34 mil com resultado positivo para Covid. 

A avaliação principal foi o swab, cotonete na boca e no nariz, ao todo 121 mil pessoas  realizaram o teste. Outras 39 mil (32,6%) tiveram resultado positivo; 149 mil fizeram o teste rápido com coleta de sangue através de furo do dedo e 25 mil (16,8%) testaram positivo; enquanto 150 mil fizeram o teste de sangue com Covid por meio de veia no braço, sendo 37 mil (24,7%) com Covid confirmada. Uma pessoa pode ter feito mais de um tipo de teste. Ainda segundo a PNAD, 205 mil mulheres e 189 mil homens foram testados. A distribuição das pessoas infectadas nesta categoria foi equilibrada, com 46 mil positivados (50%) para cada sexo.

No recorte por idade, a maior quantidade de pernambucanos, 242 mil pessoas, tem de 30 a 59 anos, seguidas por 68 mil habitantes do estado na faixa etária de 20 a 29 anos. Entre as pessoas de 60 anos ou mais, 45 mil também fizeram testes para detectar o coronavírus, e 12 mil (30%) tiveram resultado positivo. Outros temas como: comorbidades; comportamento frente ao isolamento social; indicadores escolares; solicitação e aquisição de empréstimos e itens de higiene e proteção também foram explorados pela pesquisa.

Em julho, na população pernambucana, estimada em 9,5 milhões de pessoas, havia 1,9 milhões (20,6% do total) com alguma comorbidade, sendo a hipertensão a mais frequente, presente em 12,9% dos habitantes do estado. As demais prevalências foram diabetes (4,9%), asma, bronquite ou enfisema (4,5%), depressão (2,2%), doenças do coração (2,1%) e câncer (0,7%). Entre as pessoas que afirmaram ter alguma dessas doenças crônicas, 32 mil, ou 1,6% do total, testaram positivo para Covid.

Resposta da Secretaria de Saúde

O secretário de Saúde do estado, André Longo, se posicionou a respeito da pesquisa, afirmando que levantamentos como estes podem ter margem de erro muito grandes. “A gente acha que essa metodologia não deve prosperar como metodologia que se imponha. Há uma clareza do ministério da saúde, na quantidade de testes que são realizadas por estados. Então, não cabe fazer amostragem domiciliar pra saber a quantidade de testes que foram efetivamente realizados. Esses números são divulgados. Quando voce faz uma amostra domiciliar dessa tem uma margem de erro muito grande”, disse. “Com todo respeito à pesquisa do IBGE, ela tem alguns vícios do ponto de vista da composição, na medida que busca fazer uma avaliação domiciliar. Se ela foi em domicílios de pacientes que não tiveram sintomas, casos graves, certamente ela tem esse viés que precisa ser destacado.”

André Longo ainda aponta que Pernambuco é o sexto estado com mais testagens RT-PCR, coletadas através de saliva ou amostra nasal. “De fato fizemos menos testes rápidos que outros estados porque não apostamos na compra desses testes rápidos. O estado, como gestor de média e alta complexidade, se preocupou com casos de Srag e fez testagem desde o início desses casos.”

(Fonte: Diário de Pernambuco)