Pernambuco não aposta em vacina russa e espera sinalização do governo federal

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Foto: REUTERS -Dado Ruvic/ Direitos Reservados
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No mesmo dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, divulgou a primeira vacina registrada no mundo, o governo do Paraná confirmou que assinará convênio com o país para produzir a imunização chamada Sputinik V. Pernambuco, porém, não seguirá os mesmos passos. De acordo com o secretário de Saúde, André Longo, o estado ainda espera sinalização do governo federal.  

“Saudamos a iniciativa da realização russa, mas é preciso ter muita prudência em relação a essa vacina, para não criarmos falsas expectativas. Há necessidade de avaliação pela comunidade internacional dos ensaios clínicos que foram desenvolvidos para a validação dessa vacina. Em princípio, a gente precisa aguardar mais detalhes sobre esse anúncio da vacina russa e aguardar as próximas manifestações”, disse o secretário durante coletiva realizada nesta terça-feira. “A gente não pode, em nenhum momento, deixar de dizer que obrigação e coordenação desse processo de imunização é do governo federal. É de responsabilidade dele e da Anvisa a possível importação de um insumo como a vacina”.

O secretário municipal da Saúde, Jailson Correia, aproveitou o momento para pontuar algumas observações sobre a vacina. “Do ponto de vista dos estudos clínicos, ainda há, no cenário internacional, muitas dúvidas em relação a efetividade das vacinas e sobre sua segurança. É importante que essas questões sejam respondidas”, comentou. “Essas vacinas, lembrando, não são usadas em situações limites, entre vida e morte. Elas são usadas para proteger, para a prevenção. São usadas em pessoas saudáveis para a prevenção eventual de uma doença, como no caso a Covid. Então, para isso o seu perfil de segurança precisa estar muito bem estabelecido.”

Ainda de acordo com Jailson, mesmo que a vacina tenha sua eficácia comprovada, a distribuição dessa imunização não acontecerá de forma rápida. “Outras iniciativas globais que buscam agentes imunizantes para as vacinas apontam para um cenário um pouquinho mais pra frente”, diz. “Não é possível, a essa altura do campeonato, gerar uma expectativa de que muito em breve 7 bilhões de habitantes serão vacinados e tudo será resolvido, então não é assim. É preciso entender que há um período necessário de observação da experiência russa. Quando a vacina estiver disponível, podem ter certeza que os município cumprirá o seu papel, que é mobilizar todas as suas equipes para organizar estratégias de vacinação.”

(Fonte: Diário PE)