Nesta quinta-feira (26), haverá uma reunião entre o Comitê Técnico Estadual de Vacinação de Pernambuco e a Comissão Intergestores de Bipartite Estadual de Pernambuco (CIB/PE) para compactuar com os municípios e definir como será realizada a aplicação da terceira dose. O Ministério da Saúde anunciou, ontem, a terceira dose da vacina contra a Covid-19 para idosos acima de 70 anos e imunossuprimidos, a partir do dia 15 de setembro.
Com essa decisão, o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, falou que irá pedir a inclusão de um novo grupo neste reforço. “Vamos, em reunião com o ministro, cobrar a necessidade de inserir os trabalhadores de Saúde, que se vacinaram em janeiro, neste início da aplicação da terceira dose”, disse. Pernambuco tem aproximadamente 1,2 milhão de idosos com mais de 60 anos. Já os profissionais de Saúde são cerca de 300 mil.
O prefeito do Recife, João Campos, afirmou em suas redes sociais que o município está preparado para a nova etapa. “Sobre a vacinação da 3ª dose da vacina, o Recife está pronto, tem estrutura toda montada e organizada. É preciso que o Ministério da Saúde formalize o processo para o Brasil iniciar essa ação, que vai fortalecer, inicialmente, a imunização de pessoas idosas e imunossuprimidos.”
Doses em atraso
André Longo ressaltou também que, para a terceira dose ser aplicada com rapidez, é necessário que as pessoas não atrasem a segunda. “Quem está no grupo de pessoas que não se vacinaram, chegou o momento. Os dados reforçam a necessidade do ciclo vacinal completo.” Em coletiva de imprensa, o secretário informou que há um total de 430.966 pessoas no Estado que ainda não tomaram a segunda dose e, por isso, são considerados “atrasados” na conclusão do esquema vacinal.
Imunidade completa
De acordo com o infectologista e chefe da triagem do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Filipe Prohaska, a terceira dose é fundamental para adquirir uma imunidade completa. “O restante do mundo já estava falando sobre essa terceira dose, e alguns países já tinham feito uma programação para isso. Historicamente, os outros vírus de coroa, como sarampo e rubéola, já têm a necessidade de três doses para a pessoa adquirir imunidade. Você tem uma primeira dose, a segunda para dar uma imunidade temporária e a terceira para ter imunidade para o resto da vida.”
Ainda segundo Prohaska, esse novo ciclo deve envolver toda a população. “No Brasil, o Ministério da Saúde só se atrelou a questão do idoso, mas deixou em aberto os profissionais da área da saúde, mas acredito que é uma discussão que precisa ser levantada, já que eles foram vacinados juntos com os idosos e têm o mesmo período da segunda para a terceira dose. Paralelo a isso, vem toda a corrida para a vacinação das duas doses, dos demais grupos populacionais, os adolescentes começaram a se vacinar com a primeira dose, um quarto da população do Brasil já foi imunizada com a segunda”, ressalta o infectologista. (Fonte: Folha PE)