Pela primeira vez na história do Censo Demográfico do Brasil, a população quilombola foi identificada como grupo étnico. Para além da contagem, o IBGE traz um recorte das características dessa população. Em continuidade à apresentação do Censo 2022, a instituição divulga informações sobre a situação de alfabetização dos quilombolas por grupos de idade e características das residências particulares permanentemente ocupadas por quilombolaas.
O resultado mostra Pernambuco em quinto lugar no País entre os Estados com maiores taxas de analfabetismo entre quilombolas com idades acima de 15 anos. Nessa faixa etária, 25,93% não sabem ler nem escrever. As maiores taxas foram registradas em Alagoas (29,77%), Piauí
(28,75%), Paraíba (26,87%) e Ceará (26,38%). No Brasil, a média geral de analfatebismo entre os quilombolas é de 19%, bem abaixo dos Estados nordestinos que aparecem em pior situação.
Na comparação com o geral da população do Estado, acima de 15 anos, a taxa de analfabetos entre os quilombolas é duas vezes maior. Segundo o Censo 2022 do IBGE, do total de 7.164.252 pessoas de 15 anos ou mais; 6.203.296 (86,59%) são alfabetizadas e 960.959 (13,41%) são analfabetas. Já entre os quilombolas com idade de 15 anos ou mais; 59.623 pessoas, ou seja, 74,07% são alfabetizadas e 15.461 (25,93%) não alfabetizadas.
Na época da coleta de informações do Censo 2022; 113 municípios pernambucanos tinham população quilombola com idades de 15 anos ou mais. Dentro de Territórios Quilombolas Oficialmente Delimitados (TQs), a situação do analfabetismo é mais amena, com a taxa de alfabetização atingindo 79,46%, acima da média geral de 74,07%. Os TQs são aqueles assegurados pela Constituição — dos remanescentes das comunidades dos quilombos tradicionais.
De acordo com o IBGE, fora dos territórios a condição se agrava, com a taxa de alfabetização caindo para 73,58%. A boa notícia é que nove municípios do Estado tem taxa de 100% de alfabetização da popupulação quilombola de 15 anos ou mais. São eles: Verdejante, Manari, Limoeiro, Lagoa do Ouro, Jaboatão dos Guararapes, Igarassu, Gravatá, Dormentes e Chá grande.
Um recorte importante trazido pelo Censo 2022 é que a taxa de alfabetização da população quilombola, residente em
territórios quilombolas, de 15 anos ou mais em Pernambuco é maior entre a população mais jovem e vai caindo nas faixas com mais idade.
Fonte: JC