O Colegiado de Economia da FACAPE apresentou nesta terça-feira (06) o boletim do Custo da Cesta Básica de setembro. A pesquisa foi paralisada na pandemia e retomada em agosto. Por isso, diferente dos dados divulgados no mês passado, já foi possível fazer a comparação com o mês anterior, o que apontou um custo maior nos itens pesquisados em Juazeiro.
Os resultados mostram que o custo da cesta básica na cidade baiana foi de R$ 383,57 e, em Petrolina/PE, foi de R$ 378,02. Apesar disso, em relação ao aumento em relação à agosto foi maior na Terra dos Impossíveis. Enquanto em Juazeiro a alta foi de 5,97%, em Petrolina a cesta teve variação de 6,07%.
Entre os itens de maiores aumentos de preços estão o óleo de soja, arroz, leite integral e carne. De acordo com o estudo, os motivos são os mesmos encontrados no mês de agosto: aumento de demanda interna, redução de oferta e aumento de exportações devido o câmbio favorável.
“Com a pandemia houve o fechamento de bares e restaurantes, muitas famílias passaram a trabalhar em home office e, consequentemente, preparar os alimentos em casa. Assim, ocorre um aumento na demanda de alimentos nos supermercados, frutarias, açougues etc. As famílias brasileiras evitaram viagens, ficaram mais em casa, tudo contribuiu para o crescimento da compra de alimentos”, explica o coordenador da pesquisa, João Ricardo de Lima.
Ainda segundo o economista, apesar de ter havido o receio de queda na demanda devido o aumento do desemprego, o auxílio emergencial disponibilizado pelo Governo Federal em valores maiores do que o Bolsa Família, fez com que o país passasse a ter famílias consumindo mais. “Parte do crescimento dos preços reflete esta maior demanda”.
Somado a isto, houve uma queda na disponibilidade desses produtos. “Houve a redução de área plantada com arroz, se tem a baixa disponibilidade de leite no campo que reduz a oferta disponível por se ter menor produção nacional. Finalmente, a desvalorização forte do Real frente ao dólar contribui para o aumento das exportações dos nossos produtos agrícolas”, destacou Ricardo.
A consequência disso são os preços mais elevados ao consumidor brasileiro. “Os produtos que houver oferta internacional disponível, o que o Governo Federal pode fazer é estimular as importações (zerando as tarifas de importação) para fazer crescer a oferta interna. Se não houver disponibilidade, os consumidores devem fazer substituição por outros produtos, quando for possível”.
Por fim, o pesquisador volta aconselhar os consumidores sobre mudanças de hábitos nesse período de altos preços. É preciso ficar atentos e pesquisar para poder economizar, já que existem grandes diferenças entre o menor e o maior preço encontrado para todos os produtos”, aponta João Ricardo.